São Paulo – O Corinthians acabou, se é que existiu algum dia na atual temporada. Caiu de quatro para o Palmeiras, ontem, no Morumbi. A goleada por 4 a 0 foi o capítulo final de um time dos mais medíocres da história do clube. Uma vergonha. O Palmeiras, que não é uma das sete maravilhas, fez o serviço sem muito esforço. Abriu dois gols no primeiro tempo, fez mais dois no segundo e humilhou o tradicional rival na quarta rodada do Brasileiro.
Os efeitos da trágica tarde de domingo podem provocar uma limpeza no Parque São Jorge. A cabeça do técnico Oswaldo de Oliveira está na bandeja. No Parque Antártica, alívio, festa e apresentação do atacante Jardel. Vencedor no clássico, o time de Jair Picerni emerge da crise e volta à superfície revigorado.
E não foi necessário muito esforço para o Palmeiras voltar a respirar. Bastou jogar em cima dos flagelos do inimigo a partir dos 20 minutos de jogo. Até ali, o Corinthians mostrava aplicação, marcava a saída de bola e dava um tímido sinal de que poderia vencer o clássico.
A casa desmoronou aos 22 minutos, gol contra de Rincón em escanteio de Corrêa. Foi tomar o gol para o time se esconder. Jogadores se acovardaram. O técnico perdeu a voz. A torcida ficou mais assustada. E o ambiente, favorável ao Palmeiras.
Tão a favor que Pedrinho, aos 26, driblou Fábio Costa e encaçapou o segundo. Naquele momento, era nítido que não haveria reação. A goleada estava anunciada. Faltavam apenas lances bizarros dos corintianos para compor o quadro. Rincón se desentendeu com a bola na lateral, típico de jogador aposentado.
Depois do segundo gol, o Palmeiras tocou a bola como quis até o final do primeiro tempo e a torcida gritando olé, olé. Na volta do intervalo, esperava-se uma revolução no Corinthians. Mas a única mudança foi a camisa do goleiro Fábio Costa, que trocou a laranja por uma cinza envergonhada.
Oswaldo insistiu em Rodrigo, Piá e Rincón no meio-de-campo. Trio calafrio. E insistiu também em Renato, um meia torto na lateral-esquerda. Seis minutos de jogo, Vágner Love iludiu os zagueiros e lançou a bola nas costas de Valdson. Muñoz apareceu e guardou: 3 a 0. O time do Parque São Jorge virou pó.
Quando Oswaldo resolveu se coçar, o Palmeiras tinha o controle fácil do clássico. Jair Picerni recuou sua equipe e deixou Pedrinho armar os contra-ataques. Depois de três tentativas de contragolpe, Muñoz escapou pela direita, cruzou para Love, que se antecipou à zaga e fez o quarto. Os covardes e fracos jogadores de branco e preto já nem queriam suar a camisa. O clássico acabou.
Com a goleada, o Palmeiras avançou apenas dois pontos para cima do Corinthians – cinco contra três. Mas provocou um estrago considerável no inimigo, se é que o Corinthians existe de verdade.
Ficha técnica
Gols: Correia aos 21; Pedrinho aos 26 do 1.º; Muñoz aos 6 e Vágner Love aos 30 do 2.º.
Corinthians: Fábio Costa; Coelho, Anderson, Valdson e Renato; Wendel, Rincón (Wilson), Piá e Rodrigo (Rosinei); Jô (Marcelo Ramos) e Gil.
Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Palmeiras: Marcos; Daniel Martins (Baiano), Nen, Glauber e Lúcio; Marcinho, Magrão (Diego Souza), Correia e Pedrinho (Alceu); Muñoz e Vágner Love.
Técnico: Jair Picerni.
Amarelos: Rodrigo, Daniel Martins e Rosinei.
Renda: R$ 377.206,00. Público: 28.644 pagantes.