São Paulo – Bastou uma derrota no Palestra Itália, o que não ocorria desde julho, para o time do Palmeiras querer distância do seu próprio estádio. Dois são os motivos. Primeiro: os adversários jogam fechados e dificultam o ataque. Segundo: a impaciência que vem das arquibancadas logo aos 15 minutos de cada jogo tira a tranqüilidade da equipe.
?Gostamos de jogar em nosso campo, mas a torcida não tem paciência. Há um bom tempo o time está sem título e a pressão é grande?, justificou o volante Marcinho Guerreiro.
Depois da derrota de quinta-feira à noite, no Palestra, para o Flamengo, por 1 a 0, os torcedores gritaram ?vergonha, vergonha?. ?Às vezes, a torcida atrapalha o time?, afirmou o goleiro Marcos, que se desentendeu com um torcedor que o chamou de ?vendido?. ?Aceito que me chame de frangueiro, de careca, mas vendido, não.?
Marcinho Guerreiro aponta também a dificuldade que é enfrentar adversários, que lutam contra o rebaixamento, em casa. ?O Flamengo se fechou com todos os jogadores e aí fica difícil furar a retranca?, explicou. ?Acho que teremos uma melhor produção na Arena da Baixada, diante do Atlético, pois eles vão vir para cima da gente e abrir espaços para o nosso contra-ataque?, avisou o volante, referindo-se ao jogo de amanhã, em Curitiba.
O Palmeiras, talvez, nem volte mesmo a jogar no Palestra Itália neste Campeonato Brasileiro. O árbitro Antônio Hora Filho relatou na súmula que torcedores palmeirenses tiveram atitudes racistas contra o meia Renato, do Flamengo.
O STJD deve julgar o caso na próxima semana e, se repetir a punição dada ao Juventude, cuja torcida desrespeitou o volante Tinga, do Internacional , o Palmeiras perderá o mando de dois jogos. E o time de Emerson Leão só tem mais duas partidas previstas em casa: contra Juventude e Fluminense.