O clássico entre Palmeiras e São Paulo justificou, neste domingo (19), no Palestra Itália, as provocações, mistérios e expectativas alimentadas durante pelas duas equipes durante toda a semana. Após levar dois gols no primeiro tempo, os palmeirenses buscaram a reação na etapa final, e empataram por 2 a 2.
O resultado da partida, válida pela 30ª rodada, deixa o Palmeiras com 55 pontos, na terceira colocação no Campeonato Brasileiro, atrás de Cruzeiro e Grêmio. O São Paulo manteve a quarta colocação, com 53 pontos.
O Palmeiras, que só perdeu um jogo em 14 no Palestra Itália na competição, começou a partida como segundo colocado na tabela, mas foi ultrapassado pelo Cruzeiro, que venceu o clássico contra o Atlético Mineiro, por 2 a 0.
As duas equipes entraram com muito mistério em campo, principalmente o Palmeiras, de Vanderlei Luxemburgo, que distribuiu escalações diferentes para tentar confundir Muricy Ramalho. Luxemburgo não pôde contar com Martinez, machucado, e teve de colocar o zagueiro Maurício para atuar ao lado de Roque Júnior e Gustavo.
Assim que o mistério acabou e a partida teve início, o São Paulo lançou-se ao ataque e abriu o placar. O volante Jean, entreante no clássico, foi lançado e entrou na área pela esquerda. Léo Lima chegou estabanado para fazer a marcação e deu uma pancada no jogador. O árbitro Sálvio Spínola Fagundes Filho, que foi pressionado ao longo da semana pelos dirigentes dos dois clubes, marcou pênalti.
O experiente goleiro Rogério Ceni, que tem Marcos como uma de suas principais vítimas, não desperdiçou a oportunidade e abriu o marcador logo aos 6 minutos, ao chutar no canto esquerdo do palmeirense. A torcida tricolor, espremida em um canto da arquibancada do Palestra Itália, explodiu em alegria.
O Palmeiras tentou dar a saída com rapidez, mas os atletas foram impedidos pelos são-paulinos. Na confusão, Diego Souza e Borges trocaram empurrões no grande círculo. O árbitro decidiu expulsar os dois. Depois disso, o jogo ficou nervoso e muitos cartões foram distribuídos – só no primeiro tempo foram oito.
Por perder um jogador de criação, Luxemburgo decidiu tirar o zagueiro Maurício para colocar Evandro, recompondo o meio-campo. O Palmeiras ficou mais ofensivo e criou boas chances para empatar com Alex Mineiro. Na melhor delas, aos 37 minutos, o artilheiro cabeceou na trave de Rogério Ceni. A bola ainda quicou na linha e não entrou.
Apesar da pressão do Palmeiras, Muricy Ramalho não mexeu, mantendo uma marcação forte. A estratégia do treinador foi recompensada aos 45 minutos. Em contra-ataque, Dagoberto girou o corpo na frente de Gustavo, abriu espaço e chutou no canto de Marcos para marcar o segundo.
No segundo tempo, Muricy tentou armar um forte sistema defensivo, que obrigou o Palmeiras a procurar as jogadas pelas laterais. Mas, recuado em sua defesa, o São Paulo deu espaço para o rival crescer.
Do outro lado, Vanderlei Luxemburgo tentava tudo o que era possível para furar a marcação são-paulina. No entanto, o time só melhorou quando Denilson entrou na vaga de Sandro Silva. Foi o atacante que conseguiu criar a jogada que originou o primeiro gol da equipe, aos 33 minutos do segundo tempo.
Denilson levou a bola pela direita, passou por André Dias e cruzou. A bola passou por Rogério Ceni e caiu nos pés de Kléber, que quase em cima da linha desviou para o fundo das redes. O gol incendiou o jogo. Animado, o Palmeiras começou a pressionar ainda mais. O empate foi questão de tempo.
Dois minutos depois do gol de Kléber, o Palmeiras igualou o marcador. Em cobrança de falta de Leandro, Dagoberto, autor do segundo gol são-paulino, desviou e mandou a bola para a própria meta. O fraco toque na bola foi fundamental para tirar Rogério Ceni da jogada, que nada pôde fazer para impedir o gol.
O empate manteve as duas equipes vivas na luta pelo título. Na quinta-feira (23), o São Paulo recebe o Vitória, no Morumbi. Já o Palmeiras só joga pelo Brasileirão no sábado (25), contra o Fluminense, no Maracanã.
Ficha técnica
Palmeiras 2 x 2 São Paulo
Palmeiras – Marcos; Gustavo, Maurício (Evandro e Roque Júnior; Elder Granja, Sandro Silva (Denilson), Léo Lima (Pierre), Diego Souza e Leandro; Kleber e Alex Mineiro. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
São Paulo – Rogério Ceni; Rodrigo, André Dias e Miranda; Zé Luis, Jean, Hernanes, Hugo (Eder Luis) e Jorge Wagner; Dagoberto e Borges. Técnico: Muricy Ramalho
Gols – Rogério Ceni (pênalti), aos 6, Dagoberto, aos 45 minutos do primeiro tempo; Kleber, aos 33, e Leandro, aos 35 do segundo tempo.
Árbitro – Sálvio Spínola Fagundes Filho
Cartões amarelos – Léo Lima, Roque Júnior, Kleber, Gustavo; Dagoberto, Hugo, Rodrigo
Cartão vermelho – Borges; Diego Souza e Roque Junior
Renda – R$ 769.962,50
Público – 26.676
Local: Estádio Palestra Itália, em São Paulo (SP)