A reunião entre familiares das vítimas do incêndio no CT do Flamengo e o clube carioca terminou sem acordo nesta quinta-feira. Treze dias depois da tragédia no alojamento da base que matou 10 atletas e feriu outros três, a audiência realizada no Rio não definiu a quantia da indenização a ser paga pelo time rubro-negro.

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A expectativa é de que os acertos sejam firmados no prazo de dois meses, o que evitaria o prolongamento do caso na Justiça. Mas a proposta realizada pelo Flamengo e o tratamento dado pelo clube deixaram alguns familiares das vítimas revoltados.

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“Eles estão brincando com a vida de nossos filhos. Queria saber se eles são pais ou não, pelo que estão fazendo com a gente, a tortura que o Flamengo está fazendo conosco. Não definiu nada. Estamos aqui como bobos, palhaços”, declarou Cristiano, pai do goleiro Christian, uma das vítimas fatais do incêndio.

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Por mais que o Flamengo garanta estar cuidando dos familiares, Cristiano se mostrou decepcionado com a postura do clube desde a tragédia. “Estamos desamparados por todos. Não nos sentimos acolhidos por ninguém, principalmente pelo Flamengo. Eles não tem respostas para nós, familiares. Não foi falado nada.”

Em negociação anterior, o Flamengo ofereceu entre R$ 300 mil e R$ 400 mil para cada família de vítimas mortas, além de um salário mínimo (R$ 998, atualmente) por mês ao longo de dez anos, mas o valor foi considerado insuficiente. O Ministério Público do Estado propôs R$ 2 milhões por família e o pagamento de R$ 10 mil mensais até que cada vítima completasse 45 anos. Essa negociação foi encerrada sem acordo.