Foto: Orlando Kissner/Tribuna |
Márcio Araújo diz que torcida é fundamental na recuperação do time. |
Quando o presidente Giovani Gionédis disse, no domingo, que iria "colocar o ingresso bem barato" para os jogos contra Corinthians e Ponte Preta, não se esperava que fosse tanto. A diretoria do Coritiba anunciou ontem os valores de venda antecipada até sábado – e quem comprar ingresso de arquibancada vai pagar R$ 5,00 pela partida de domingo, levando outro de graça para a quinta-feira. É a iniciativa do clube para lotar o Couto Pereira nas próximas rodadas, que serão decisivas na luta para fugir do rebaixamento.
A intenção é não só encher o estádio no domingo, mas também na outra quinta, quando o jogo com a Ponte não teria o mesmo apelo. Em contrapartida, a partida com o Timão tem características de decisão para os dois times:
o Coxa precisa desesperadamente da vitória para seguir fora da zona perigosa, enquanto os paulistas podem dar o passo definitivo para a conquista do título brasileiro. Além disso, com o Alto da Glória lotado, o Cori confirma sua posição entre os times de melhor média de público no Campeonato Brasileiro.
A venda antecipada começa esta manhã, com os seguintes valores referentes aos dois jogos: arquibancada, R$ 5,00; cadeira, R$ 10,00; social, R$ 60,00. Os ingressos com preço promocional serão vendidos até sábado, quando retornam ao "normal" – arquibancada, R$ 15,00; cadeira, R$ 20,00; social, R$ 60,00. Os preços são apenas para a torcida do Coxa, e não haverá distinção para meio-ingresso.
A presença do torcedor pode ser decisiva no jogo contra o Corinthians. "Eles são parte integrante da nossa recuperação", resume o técnico Márcio Araújo. A expectativa alviverde é fazer em casa os pontos necessários para escapar do rebaixamento. Nas contas, seriam necessários nove pontos (três vitórias), que poderiam ser conseguidas contra Timão, Ponte e Internacional, jogo da última rodada. Além destes jogos, o Cori ainda enfrenta Atlético-MG e São Caetano fora de Curitiba.
Com o empate de domingo com o Brasiliense, o Coxa caiu de posição, sendo agora o 18.º colocado no Brasileiro. O resultado e a rodada acabaram complicando a equipe, que viu Flamengo e Vasco se afastarem. "Temos que confessar que nossa situação continua muito complicada", reconhece o goleiro Douglas. Os estatísticos de plantão estão fazendo praticamente as mesmas contas quando falam das possibilidades de rebaixamento do Coritiba. Para o matemático Oswald de Souza, são de 33%, quase o mesmo número projetado pelo professor gaúcho Tristão Garcia (32%). Para os especialistas da USP, no sítio Chance de Gol, as chances seriam de 30,5%.
Jogadores estão desgastados
A semana do Coritiba pode ser dividida em duas partes: primeiro, um período de descanso após a seqüência de jogos; depois, a preparação para o jogo de domingo com o Corinthians. Contra o Brasiliense, o Coxa sentiu o desgaste das seis partidas em dezesseis dias, somado ao calor de Taguatinga, e penou para segurar o empate na Boca do Jacaré. Portanto, antes de qualquer coisa o técnico Márcio Araújo e o preparador físico Róbson Gomes deram uma folga aos jogadores.
Márcio sabia que o elenco sentiria, cedo ou tarde, a série de partidas. "Era natural. Nós jogamos, desde a partida com o Inter, de dois em dois dias. Foram quatro partidas em nove dias, todas elas com a pressão de conquistar os resultados. É uma tensão, é desgastante, e eles têm motivos para estar cansados", justifica o técnico alviverde, que também acabou afetado neste período. "Ao mesmo tempo, não houve espaço entre os jogos para trabalhar, a gente teve que seguir uma idéia até o final", completa.
Isto significa a ferrenha decisão de manter a base da equipe. Mesmo agora com uma semana para treinar, Márcio Araújo não pretende fazer alterações profundas. "O time sempre teve dificuldades para ter uma formação, e acho importante que eles saibam que há um onze titular, e que nós não vamos mudar toda hora", explica o treinador. Assim, é certo que o time que jogou contra Figueirense e Brasiliense (no qual teve apenas uma modificação) será mantido até o final do Campeonato Brasileiro. O fato foi valorizado pelo presidente Giovani Gionédis. "Nós, hoje, temos um time conhecido", afirmou o dirigente.