Um dos grandes nomes da ginástica na atualidade, a norte-americana Aly Raisman entrou com ação na Justiça contra o Comitê Olímpico dos Estados Unidos e a Federação de Ginástica do país. Medalhista de ouro no Jogos do Rio, em 2016, ela acusa ambas as entidades de negligência no caso do médico Larry Nassar, acusado e condenado por abusar sexualmente de centenas de atletas.

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Raisman revelou que passou meses alertando o comitê e a federação sobre as acusações contra Nassar. Sem ser ouvida, a norte-americana decidiu abrir processo contra as entidades na última quarta-feira, alegando que elas “sabiam ou deveriam saber” do comportamento abusivo do médico.

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“O comitê tem uma cultura e uma atmosfera que esconde abusadores sexuais suspeitos e conhecidos, o que transcende todas as políticas e procedimentos estabelecidos. Eles ignoraram suas próprias regras para proteger a reputação e se cegaram para abusadores conhecidos”, diz a acusação.

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A ginasta afirmou que o comitê e a federação deveriam ter reportado muito antes o comportamento de Nassar. Ela alega as entidades de não terem cumprido com a obrigação de proteger as jovens ginastas, prevista em seus programas, ao não revelar as acusações de abuso nem para os pais das atletas.

“Eu me recuso a esperar ainda mais que estas organizações façam a coisa certa”, declarou Raisman através de comunicado oficial. “É minha esperança que o processo legal possa permitir uma mudança que é tão desesperadamente necessária para elas.”

A própria ginasta revelou ter sido abusada múltiplas vezes por Nassar a partir de 2010, no centro de treinamentos da seleção norte-americana, no Texas. Em sua autobiografia, Raisman disse que sofreu com o comportamento do médico até durante os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

A atleta afirmou que a princípio achava que estava recebendo o tratamento médico apropriado, antes de perceber que havia sido abusada. “Lutei contra a vergonha, a culpa e a depressão”, disse ela.

Aos 23 anos, Raisman tem no currículo seis medalhas olímpicas. Em Londres, ela faturou o ouro por equipes e no solo, além do bronze na trave. Quatro anos mais tarde, no Rio, levou novamente o ouro por equipes, além de duas pratas, no solo e no individual geral.

Ela é uma das vozes mais fortes nas críticas as organizações da ginástica pelo caso Nassar. O médico foi acusado por mais de 100 mulheres por seus abusos e já foi condenado a centenas de anos de prisão por estes crimes, além de outros 60 por posse de pornografia infantil.