Caio Júnior assume o desafio de tirar o Paraná das últimas colocações do campeonato brasileiro. |
Otacílio Gonçalves não é mais o técnico do Paraná Clube. A justificativa encontrada para o “acordo” com o treinador foi a necessidade de se criar um fato novo nesta reta final de Brasileirão.
A “novidade”, porém, se resumiu à efetivação de Caio Júnior – auxiliar-técnico de Otacílio – no comando do time. Ele terá Omar Feitosa como seu “braço direito” no esforço para livrar o clube da “degola”. Os dez jogos restantes definem a vida do clube na primeira divisão do futebol nacional. As projeções indicam que o Tricolor precisa computar ao menos cinco vitórias nos jogos restantes. A troca de comando é uma última – e desesperada -tentativa de mudar o perfil da equipe.
O clima em Vila Capanema é tenso. Afinal, após 15 jogos, o Paraná não conseguiu se desvencilhar das últimas colocações. Com apenas 4 vitórias e dois empates, o Tricolor soma 14 pontos e um aproveitamento de apenas 31%. Para se “safar” da segundona, o representante paranaense terá que apresentar um rendimento de 50% nas rodadas finais. Assim, chegaria aos 29 pontos e estaria possivelmente livre do rebaixamento. O comportamento do elenco foi fator motivador para a troca de treinador. Mesmo após as derrotas, os dirigentes têm sentido o grupo muito “tranqüilo”.
“Creio que é momento de assumir uma nova postura”, comentou o superintendente de futebol Ocimar Bolicenho. Esta diretriz deveria definir o perfil do substituto de Otacílio Gonçalves. Ocimar chegou a cogitar a vinda de um “técnico ditador” e a primeira opção foi Abel Braga, mas o técnico alegou problemas particulares e nem conversou sobre cifras. Este seria outro obstáculo, pois ao mesmo tempo que se buscava um “fato novo”, o clube não disporia de recursos para investir em um treinador de primeira linha, com altos salários.
O dilema do Paraná é mais profundo do que a simples mudança de treinador. Tanto que o “fato novo” não se confirmou. Ao invés de buscar um técnico sem expressão -que poderia ser também “um tiro pela culatra” – o clube decidiu apostar em Caio Júnior e Omar Feitosa. A dupla pretende dar novos perfis aos treinamentos com o objetivo de criar o anunciado “fato novo” mesmo sem a contratação de um novo profissional. Este foi o tema principal da reunião de ontem à noite, quando Caio Júnior foi confirmado.
Patrocínio para ajudar
Gisele Rech
O Paraná Clube fechou patrocínio com a Ika, empresa de material de viagem, para a partida contra o Vitória, sábado, no Pinheirão. Além de material de viagem personalizado para a equipe, o clube vai ganhar uma quantia para os gastos com a partida. “É um valor interessante. Se conseguíssemos o mesmo valor para outros jogos seria excelente”, afirmou o coordenador de marketing do clube, Rildo Tristão, em tom de mistério.
Está naõ é a primeira vez que o Paraná fecha patrocínio para partidas específicas. Para os jogos contra o Palmeiras e contra o Flamengo, o patrocinador da camisa foi a Tam, que pagou as passagens da delegação para São Paulo como pagamento. “Nesta épcoa do ano, em que a maioria das empresas já fechou o balanço na área de patrocínio, é difícil vender o produto. Mas já estamos trabalhando em cima de um patrocinador forte para o ano que vem”, contou Tristão.
No Coritiba, as melhores perpectivas também estão sendo projetadas para 2003. Mas o secretário do conselho administrativo do clube, Domingos Moro, admite que as conversas com o possível patrocinador podem render frutos ainda esse ano. “Está tudo indefido ainda. Mas a partir do momento em que passarmos à próxima fase, mais curta e com maior visibilidade do produto, a boa nova poderá vir antes do previsto”, explica.
O presidente do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, descarta a possibilidade de angariar um patrocinador ainda este ano. “A essa altura do campeonato, essa possibilidade é nula”, concluiu.