Com o grupo definido para a disputa do campeonato brasileiro, o Paraná Clube entra agora no período de montagem do time. O técnico Otacílio Gonçalves intensifica a partir de quarta-feira os treinos técnicos e táticos, buscando a definição de uma equipe-base. O trabalho não será dos mais simples, pois o time sofreu profundas mudanças com a saída de jogadores tarimbados como Ageu e Hélcio. Na troca de experiência por juventude, o time corre contra o tempo para recuperar a identidade necessária para a largada do Nacional.
Otacílio aproveitou a primeira semana para uma maior aproximação dos demais integrantes da comissão técnica e do elenco de jogadores. O Paraná trouxe nove jogadores para compor o seu “rejuvenescido” elenco. A dose de experiência foi dada com as vindas de Fábio Luís e Sidnei, que juntam-se a Neneca e Maurílio como os “titios” do grupo paranista. “O que senti é que temos jogadores buscando projeção, buscando conquistar seu espaço. E isso, é um fator muito positivo. Não haverá acomodação em hipótese alguma”, analisa o experiente treinador, que retorna ao clube onde conquistou dois títulos estaduais (91 e 95) e um nacional (o Brasileiro da Série B, em 92).
Após três anos de inatividade, Otacílio recebeu com alegria o convite do Paraná. “Sempre disse que só largaria as férias prolongadas por uma boa proposta e foi o que aconteceu. Estou em casa aqui no Paraná e confio no projeto”, disse, independente dos baixos investimentos efetuados pelo clube. “Querer gastar o que não tem é burrice. Por isso, vemos tantos clubes quebrados”. O treinador não viu, nos últimos anos, grandes alterações táticas e usa o último Mundial como exemplo, onde a maioria das seleções usou o “manjado” 4-4-2.
“É importante que tenhamos uma solidez na marcação, mas não necessariamente com três zagueiros”, comentou. Somente com a seqüência de treinos é que Otacílio terá maior certeza em relação ao esquema tático a ser adotado para o Brasileirão. “O esquema bom é aquele que se encaixa no perfil dos jogadores do clube”, frisa. Nas entrelinhas, ele deixa claro que o ideal, hoje, é ter um time que faça a transição tática ao natural, com um zagueiro com características de líbero e com boa saída de bola. “Ao enfrentar times com apenas um atacante avançado, por exemplo, é perda de tempo ter três zagueiros posicionados atrás”, explicou.
Nos treinos táticos da semana, ele define o time principal a ser utilizado na primeira parte do jogo-treino contra o Kindermann, no próximo sábado. O time da primeira divisão catarinense também trará dois times a Curitiba e a outra etapa do treinamento será para os suplentes. O restante da preparação para o Brasileiro ainda pode sofrer alterações. A princípio, o Paraná faz amistosos contra Juventude e Toledo, mas eles poderão ser cancelados caso se confirme a nova excursão do clube à America Central e América do Norte. O Tricolor define hoje se aceita o convite para realizar dois jogos na Costa Rica e dois em Miami.