Pressionado após vencer apenas uma partida em cinco jogos no comando do Corinthians, o técnico Oswaldo de Oliveira defendeu seu trabalho e lembrou que tem pouco tempo de clube, mas acabou herdando um problema do passado. Por isso, pediu calma e espera que o time consiga repetir a boa atuação do jogo com o Flamengo, o qual o treinador considera um divisor de águas em seu trabalho.
“Nesses dias eu pensei: Vamos recapitular a história do Corinthians nesse ano. Mudou treinador, perdeu jogadores, uma série de situações. Eu não caí de paraquedas, mas vim no meio do tiroteio e me deparei com essa situação. Na minha cabeça, aquele jogo com o Flamengo foi um marco para evoluirmos, mas no grupo não funciona assim. Infelizmente não conseguimos reagir para o próximo jogo. Temos que corrigir e resgatar o que já tinha sido feito”, disse o treinador, lembrando do empate por 2 a 2 com o time carioca, no dia 23 de outubro.
Os resultados ruins não preocupam o treinador, que lembra de seus feitos e conquistas desde que retornou ao futebol brasileiro e nega que tenha chegado ao clube para resolver todos os problemas.
“Estou aqui para trabalhar e não fazer milagre. Tirar leite da pedra não existe. Não que aqui tenha pedra também. Mas minha interferência é diretamente proporcional às condições de trabalho que tenho. As mesmas pessoas que criticavam os dirigentes que me despediram de forma injusta dos outros clubes disseram que meus trabalhos eram ruins depois. Cheguei na final de todos os campeonatos estaduais que disputei desde a volta do Japão, fui eleito melhor técnico em três dos quatro campeonatos que disputei. Se meu trabalho não foi bom, por que fui eleito melhor treinador do Paulista por Santos e Palmeiras? Por que consegui no Botafogo? Porque foram dois anos de trabalho”, defendeu-se.
O comandante corintiano continua sua autodefesa e recorreu até aos títulos ganhos no futebol japonês. “Não me aterrorizo com os resultados que o Corinthians tem conseguido até agora. Prefiro programar meu trabalho para que isso que está acontecendo seja parte inicial de um trabalho que terá continuidade. Passei cinco anos no Japão e ganhamos nove títulos. Quais foram os brasileiros que ganharam o que ganhei lá? Pois é. Detesto fazer isso que estou fazendo, falar dos meus títulos e das minhas glórias”, completou.
Claramente incomodado com a pressão e com os comentários de que não tem feito bons resultados, o treinador negou temer uma possível demissão. “Isso é muito abstrato e não posso me prender a isso. As coisas vão acontecendo e a minha ideia é dar continuidade ao trabalho e ter tempo de fazer uma grande equipe”, resumiu.