Oswaldo de Oliveira se sente “no escuro”

São Paulo – Oswaldo de Oliveira reestréia como técnico do Corinthians, hoje, às 20h30, no Pacaembu, sem saber exatamente o que ele pode esperar de sua equipe. A situação, que já era dramática nas mãos de Juninho Fonseca, parece ainda pior agora, sob o comando do novo chefe. Os mesmos problemas que Juninho enfrentou se repetem agora, com Oswaldo. Os desfalques são a maior ameaça no confronto de hoje.

Além dos problemas já conhecidos (Marcelo Ramos, Rafael Silva, Rodrigo), o time perdeu os seus três jogadores mais experientes e um zagueiro titular: Rincón (expulso) e Fabinho (terceiro cartão amarelo) estão suspensos automaticamente; Rogério está sem condições psicológicas para jogar, após a morte do irmão mais novo por afogamento; e Marquinhos está fora do campeonato paulista. Ele será operado no sábado e vai precisar de seis semanas até voltar a treinar com bola.

Como se não bastassem todos esses desfalques, o jogo é contra um adversário que costuma ser fatalista. Historicamente o Juventus sempre foi um azarão para o Corinthians. Oswaldo até imagina as dificuldades que sua equipe vai enfrentar. O treinador, aliás, não esqueceu de alertar seus jogadores quanto as características da partida: jogo truncado, com muitas faltas, alguma catimba e muito perigo nos contra-ataques. Por tudo isso, ele lamenta a ausência de jogadores experientes, como Rincón, Fabinho e Rogério.

“Sinceramente, não sei o que esperar do time”, observa o técnico. “Se tivesse Rincón, Fabinho e Rogério, jogadores que estão acostumados a jogar em condições adversas, talvez eu pudesse prever algo com um mínimo de base. Mas os meninos eu não sei. Claro que confio neles, mas a gente não pode esquecer que o time foi montado recentemente e ainda não tem um entrosamento.”

Para mostrar que não se trata de nenhum exagero, Oswaldo lembra que não terá 50% de sua equipe titular, ou mais. “Rincón Fabinho, Rogério, Marcelo Ramos e Rodrigo já são 50% do time. Se vocês ainda somar a falta de entrosamento, vai dar até mais do que 50%.”

Mesmo com o quadro pessimista, Oswaldo acha perfeitamente possível uma vitória em seu jogo de estréia. Apesar de todos os problemas, os progressos foram visíveis desde que a diretoria mudou a base da comissão técnica. O grupo respondeu bem às cobranças do novo treinador.

Oswaldo estimulou a concorrência e a estratégia deu bons resultados. Os próprios jogadores admitem que o empenho tem sido bem maior desde a chegada do novo chefe.

“É claro que tudo mudou. É só observar os nossos treinos”, indica o zagueiro Ânderson. “Mas isso é uma coisa normal. Com a troca de técnico, todo mundo vê brecha, titular ou não. Os treinos ficam mais disputados. É aquela velha história: treino é jogo e jogo é guerra”.

Quem mais incentiva esse tipo de comportamento é o próprio Oswaldo. Ele sabe o quanto é importante no Corinthians começar um trabalho com vitória. Ainda mais na situação atual, com o time totalmente fragilizado emocionalmente. Por tudo isso, aponta esse jogo como o mais importante do campeonato. “Uma vitória vai servir como base de apoio aos jogos subseqüentes. É uma espécie de escala que precisamos cumprir.”

Depois do Juventus, o Corinthians enfrenta a embalada Ponte Preta, domingo, em Campinas, e em seguida, o América, em São José do Rio Preto. Só na última rodada haverá um ?refresco?, contra a Portuguesa Santista, no Pacaembu. Na prática, Oswaldo sabe que o jogo de hoje é quase uma decisão para o Corinthians.

Juventus é o “Asa Negra” do Corinthians

São Paulo –

O Juventus, fundado em 1924, disputou a Divisão Principal do futebol paulista pela primeira vez em 1930. E como cartão de visitas, foi logo surpreendendo o então, todo-poderoso Corinthians: 2 a 1, em pleno Parque São Jorge. Em 14 de setembro daquele ano, o jornalista Thomaz Mazzoni resolve apelidar a equipe da Mooca de Moleque Travesso.

Dali para frente, os duelos entre Juventus e Corinthians seriam um martírio para o alvinegro. Além de Moleque Travesso, a pequena equipe da Rua Javari carregaria outro rótulo, o de “Asa negra do Corinthians.”

Em 1936, os paulistas veriam nova molecagem. O Corinthians estava há quase um ano sem perder. Estava. A série acabou com os 4 a 2 na Rua Javari. Os anos 70 foram os piores para o Corinthians. Em 1971, derrota por 1 a 0, gol de Toninho Minhoca, após driblar Zé Maria e Ado. No ano seguinte, com gol de falta de Brecha, o resultado se repetiu, o que fez Eduardo Varella ganhar o maior prêmio da história das loterias: Cr$ 11.661.637,99.

Em 76, Ataliba, ainda pelo Juventus, anotou os dois gols da vitória por 2 a 1. Três anos mais tarde, o Corinthians vencia por 2 a 0 e permitiu a virada: 3 a 2. O jogo que entrou para a história e que os juventinos não esquecem, aconteceu no dia das mães de 1989. Empate por 1 a 1 no Pacaembu, com gol de bicicleta de Silva.

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