São Paulo – O presidente da Federação Brasileira de Vela e Motor, Walcles Osório, convocou uma coletiva, em São Paulo, ontem, para responder às acusações – a principal delas de falta de transparência na gestão do esporte – feitas pelos iatistas, dentre eles os bicampeões olímpicos Torben Grael, Marcelo Ferreira e Robert Scheidt. A vela, o esporte olímpico que mais medalhas conquistou para o Brasil (14 no total, 5 delas de Torben e 3 de Scheidt) vive um racha, após a perda do patrocínio da Petrobras. O dirigente pedirá esclarecimentos das acusações na Justiça se o conflito não for resolvido internamente, na Comissão Disciplinar, que convocará os atletas.

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O advogado da FBVM, Ricardo Leitão, observou que ?a interpelação cabe para que identifiquem a falta de transparência com uma acusação ou admitam que usaram mal as palavras?. Walcles Osório insinuou que os próprios velejadores foram responsáveis pela perda do patrocínio da Petrobras, processo que os iatistas acham que a FBVM conduziu mal e com atraso.

?A resposta que obtive é que naqueles termos (a proposta feita pelos iatistas) não interessava, que a Petrobras não iria renovar porque não estava satisfeita com a maneira como os atletas se comportavam?, disse Osório, afirmando que Torben foi multado por não usar a camisa do patrocinador num programa de TV.

Torben ainda foi alvo de vários outros contra-ataques. ?A declaração dele de que a federação tem a mesma estrutura de 16 anos atrás é leviana. Hoje temos R$ 1 milhão em barcos, botes, carretas, etc, na base de Como, Itália.?

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Disse que o velejador que viu crescer – ?fui amigo do pai dele? – tem idade para saber o que fala. ?Às vezes eles falam demais. Sabem velejar, não falar?, afirmou Osório, dizendo que o ?bom atleta é impetuoso?. Considera ?choro? as reclamações dos atletas de que a verba não será suficiente – a federação vai pagar apenas pela participação nos mundiais das classes e não as campanhas inteiras.

?Em 2004, a FBVM recebeu recursos do Fundo Olímpico, vindos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), para a campanha de Atenas. Eles querem o mesmo nível e a federação não pode manter sem a ajuda do fundo.? Quanto aos 5% que a FBVM cobra de taxa administrativa quando intermedia um contrato de patrocínio dos velejadores, o dirigente disse que é uma alternativa. ?O Scheidt, por exemplo, faz diretamente todos os seus contratos.?

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Ele assegurou também que as contas estão aprovadas por auditoria do COB e pelo TCU.