O Grêmio Osasco, clube que disputa a segunda divisão do futebol paulista, está promovendo um salto extraordinário para uma equipe que tem apenas cinco anos de história. Com a compra do Audax, equipe que era dirigida pelo Grupo Pão de Açúcar e que já está classificada para a Série A1 do Campeonato Paulista de 2014, Osasco estará na elite paulista. A aquisição abrange também o Audax Rio de Janeiro. “Vamos investir e competir de igual para igual com os outros clubes. Será o nosso primeiro ano na elite e não vamos decepcionar”, disse o presidente Lindenberg Pessoa.

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A negociação, cujos valores não foram revelados, contou com o apoio da prefeitura de Osasco, que se comprometeu a arcar com melhorias para o estádio Professor José Liberatti, onde serão disputadas as partidas do Campeonato Paulista. “A gente estava torcendo muito para o time subir porque Osasco, com todo o seu porte, nunca teve uma equipe na Primeira Divisão. Chegamos a ter a chance de subir este ano. Nos últimos cinco jogos o time não podia perder nenhum para subir e acabou perdendo todos”, afirmou o prefeito Jorge Lapas (PT).

A diretoria ainda não definiu como será feito o aproveitamento dos jogadores do Audax. A utilização da estrutura do clube também está em negociação. O nome da agremiação deve ser Grêmio Osasco Audax. Apesar das indefinições, um dos líderes do grupo já está definido. O ex-corintiano Vampeta, pentacampeão em 2002, vai continuar como gerente de futebol do Osasco, cargo que ocupa desde 2011. O executivo Thiago Scuro, que fazia a função no Audax, foi desligado.

O homem forte que conduziu a negociação é o banqueiro Mário Teixeira, conselheiro do Bradesco. O banco, cuja sede está localizada no bairro de Cidade de Deus, em Osasco, já investiu no estádio José Liberatti, pagando pela cobertura das arquibancadas.

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Além disso, Teixeira fez uma lista dos investimentos que caberiam à prefeitura e Lapas concordou. Os cofres municipais arcarão com a reforma do CT e construção de alojamentos para 70 atletas, pintura e iluminação da área externa do estádio, ônibus para transporte da delegação e segurança. Por isso, os valores da negociação ainda não foram definidos porque dependem do conjunto de reformas.

Em dois meses, segundo Lapas, deverá ser inaugurado o sistema de iluminação, projeto tocado em parceria com a Eletropaulo. “Por causa da falta de luz o time tinha de jogar à tarde. Mesmo assim, conseguia atrair de dois mil a três mil torcedores em dias de semana. Osasco gosta muito de esporte. O vôlei atrai uns cinco mil torcedores, imagine o futebol”, disse Lapas.

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Osasco não está de olho apenas nas fronteiras estaduais do futebol. No ano passado, o clube firmou um convênio com o Braga, atualmente a terceira força do futebol português, que possibilitará o intercâmbio de atletas entre os dois clubes.

DISPUTA – A venda do Audax para Osasco está inserida em uma disputa comercial: o conflito entre o empresário Abílio Diniz e o Casino, grupo francês que controlava o Pão de Açúcar desde 2012. Com o acordo para a saída de Diniz da presidência da empresa, no início do mês de setembro, o grupo francês decidiu encerrar as atividades das duas unidades do Audax. Cálculos da empresa mostram que seriam necessários R$ 30 milhões para manter as duas unidades, quantia considerada elevada pelos franceses.

A mudança representa um grande salto para os jogadores do Osasco, que disputam a Copa Paulista e estavam se preparando para a disputa da Série A2 em 2014. “Nós estávamos nos preparando para a Série A2 do Campeonato Paulista e agora vamos jogar a A1. É um sonho que está sendo realizado”, contou o técnico Sérgio Roberto da Silva, o Serginho, que, curiosamente, trabalhou nove anos exatamente no Audax. Os planos do técnico já estão traçados. “Queremos nos manter na elite e disputar a Série D (quarta divisão) do Brasileiro”.