O mercado asiático está bastante interessado na Florida Cup e em breve o torneio pode desembarcar em outro continente. O evento, que teve sua terceira edição disputada neste mês nos Estados Unidos e foi vencida pelo São Paulo no sábado, deve passar a ter mais edições anuais e ultrapassar as fronteiras do país.
“Pode ser que não fique só nos Estados Unidos e vá para outros países. Não vamos restringir somente ao mês de janeiro na Flórida. Nossa ideia é fazer duas vezes por ano a partir de 2018, em janeiro e julho/agosto. A procura da Ásia é grande”, explica Reinaldo Medrano, sócio executivo da Florida Cup.
Ao lado dos fundadores da competição Ricardo Villar e Ricardo Silveira, ele festeja o crescimento exponencial do evento. “Na primeira edição tivemos quatro times em três dias. Depois foram nove equipes em dez dias. Agora já estamos com 12 times e acredito que tenha espaço para mais alguns times, mas temos de respeitar a capacidade hoteleira e dos campos de treinamentos. É alta temporada em Orlando”, explica.
A ideia principal é usar uma competição internacional para que os clubes possam fazer sua preparação, trocar informações científicas e compartilhar experiências. “O São Paulo traduziu muito bem o conceito e a filosofia da Florida Cup. Fez a pré-temporada aqui”, conta.
O time do Morumbi aproveitou para fazer ativações de marketing nos Estados Unidos e procurou aumentar a internacionalização da marca, em busca de possíveis fontes de receitas. Com isso conseguiu aliar a parte técnica ao marketing. A diretoria distribuiu livros com a história do clube, com textos em inglês e espanhol, na Flórida.
O Corinthians participou de ações no parque Magic Kingdom, na Disney, e no jogo de basquete entre Orlando Magic e Milwaukee Bucks. Os atletas foram ao Amway Center e o atacante Jô participou de uma brincadeira de arremessos. “O crescimento da Florida Cup passa por uma interligação de entretenimento com a realização da Fan Fest. Queremos que a família do torcedor tenha outras atividades”, diz Medrano.
Para 2018, já existe um pré-acordo com times da Ásia. “Teremos a participação de um clube chinês e pretendemos ampliar para um japonês. Queremos ser um torneio internacional. Pretendemos limitar um pouco ou manter o número de brasileiros, reforçando que venham de outros países. Nossa plataforma é global.”
A Florida Cup custou neste ano US$ 2 milhões (R$ 6,3 milhções). Os clubes recebem propriedades para que estejam engajados no projeto. Existe ainda o compartilhamento de receitas da TV e da bilheteria. “Os clubes têm o mesmo pacote de benefícios. Escutamos que eles já saíram do Brasil com suas despesas zeradas”, diz Medrano.
Por contar com o patrocínio de uma empresa aérea, o São Paulo não quis utilizar a parceira do torneio e trocou o benefício por outro. O Bahia, por exemplo, conseguiu patrocínio da prefeitura de Salvador. “A cada ano as equipes angariam mais receitas porque entendem como funciona o torneio. Nossa fonte de receitas está no direito de transmissão, renda de bilheterias e no apoio de patrocinadores, que neste ano são Prevent Senior, Cartão Elo, Adidas e Lennar.”