Oposição sul-africana pede investigação sobre escolha da sede da Copa de 2010

Um ex-presidente da Federação Sul-Africana de Futebol e o diretor do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul, foram acusados de pagar subornos a executivos da Fifa para obter a sede desse torneio.

O principal partido de oposição da África do Sul, a Aliança Democrática, disse nesta segunda-feira que entrou com uma ação junto às autoridades pedindo que se investiguem supostos atos de corrupção por parte de Molefi Oliphant, que presidiu a federação quando foi definida a sede da Copa de 2010, e Danny Jordaan, atual presidente da entidade e que liderou o comitê organizador.

A Aliança Democrática argumentou que ambos devem ser investigados em conexão ao pagamento de US$ 10 milhões a Jack Warner, quando ele era presidente da Concacaf e um dos mais importantes dirigentes da Fifa.

A Justiça dos Estados Unidos investiga supostos atos de corrupção na Fifa, incluindo afirmação de Chuck Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf, de que seu voto teria sido comprado com esse dinheiro, além do de Warner e outro dirigente da região. Esses três votos foram cruciais para a África do Sul bater Marrocos na votação em 2004.

De acordo com a Aliança Democrática, Jordaan e Oliphant escreveram cartas ao então secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, pedindo que US$ 10 milhões do orçamento fossem repassados a Warner.

“Daria a impressão de que Jordaan e Oliphant não só foram cúmplices, mas figuras centrais no suborno descrito na acusação (dos Estados Unidos) e mencionado por Blazer em sua admissão de culpa”, expressou a Aliança em sua denúncia.

O governo sul-africano negou no passado que o pagamento tenha sido um suborno e o descreveu como dinheiro para promover o futebol no Caribe. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, no entanto, o considera um suborno com a intenção de comprar votos no processo de escolha da sede da Copa do Mundo 2010.

Em cartas escritas no final de 2007 e início de 2008, Jordaan e Oliphant pediram a Valcke que providenciasse o pagamento de US$ 10 milhões para Warner. A Fifa disse que Valcke não ordenou a transferência do dinheiro, afirmando que o responsável foi o então presidente do comitê financeiro da entidade, o argentino Julio Grondona, que morreu no ano passado.

Valcke foi suspenso pela Fifa na semana passada em conexão com acusações de venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo de 2014.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo