Oposição pressiona presidente do Palmeiras

Os oposicionistas do Palmeiras avisaram, ontem, que a pressão contra Mustafá Contursi vai aumentar. Enquanto não conseguirem tirar o presidente do trono, não vão sossegar e a primeira medida para alcançar o objetivo será a de tentar convencer o COF (Conselho de Orientação Fiscal) e o Conselho Deliberativo a pedir sua renúncia. “Vamos continuar pressionando e pedir que o Conselho tome alguma atitude”, afirmou Seraphim del Grande, diretor de futebol no início dos anos 90. “Não dá para continuar do jeito que está”, acrescentou o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que perdeu a disputa para Mustafá nas eleições de janeiro.

O COF, na realidade, não tem poder para pedir o impeachment sem que haja algum fato concreto contra Mustafá, como uma possível irregularidade na administração financeira. Alguns palmeirenses, porém, acreditam que pode ser feita uma manobra para que isso aconteça. “Se houver um fato importante o Conselho pode tirá-lo, acredito que podem pedir sua renúncia por incompetência”, comentou Seraphim. “Principalmente se uma grande maioria do Conselho for a favor de sua saída.”

Seus grandes rivais, Belluzzo, Seraphim e Gilberto Cipullo, que também foi diretor de futebol, utilizaram, ontem, o discurso dos últimos meses para criticar Mustafá. Acreditam que ele não soube administrar o futebol após a saída da Parmalat. De acordo com Seraphim, durante a vitoriosa gestão da multinacional italiana, o presidente praticamente não deu palpite. “O Palmeiras está agonizando e o que mais me preocupa é que as declarações do Mustafá são como se tudo estivesse uma maravilha.”

O cartola palmeirense sempre teve os conselheiros nas mãos e, por isso, acostumou-se a se reeleger com facilidade. Após o rebaixamento do time para a série B do brasileiro, porém, perdeu vários aliados. E a cada dia a oposição cresce. Mustafá conta, hoje, com a maioria do Conselho, mas o quadro começa a ser revertido.

Mas por que contou durante tanto tempo com essa popularidade no Palestra Itália? Fernando Gonçalves, conselheiro e diretor de futebol, o considera um excelente administrador. O ex-goleiro Oberdan Catani conta que Mustafá o ajudou muito. “Ele me dava ajuda de custo quando eu viajava pelo interior para representar o Palmeiras”, revelou. Mas o médico infectologista Vicente Amato Neto, da oposição, garante que Mustafá só recebe tantos votos por fazer favor a conselheiros e sócios. “Ele distribui carteirinha de sub-diretor, faz churrasco, libera o estacionamento…”

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