Assim como aconteceu nas últimas eleições, a decisão sobre o novo presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF) pode acabar na Justiça. Esse é o entendimento de Juliano Tetto, ex-advogado da entidade e vice-presidente da chapa de oposição.
Tetto recordou que, na saída do ex-presidente Onaireves Moura, o atual mandatário Hélio Cury entrou na presidência judicialmente. “Anulamos a outra chapa, que tinha 144 votos, e Cury assumiu só com oito votos do colegiado. Me sinto meio responsável por ele estar lá”, relembra. O advogado também lembrou da eleição em 2008, que também teve uma “batalha jurídica, com mais liminar do que voto”.
Assim, pelo histórico, o advogado aposta no mesmo fim e diz ter vantagem nessa disputa, até pela experiência. “Acredito que vá (para a Justiça), mas depende da postura da FPF, pois são inúmeros fatores. Se assim for, começamos com 2×0 contra a situação”, acredita.
A entidade precisa definir a comissão eleitoral para administrar a eleição, que ainda não tem data definida e deve ser entre março e abril. E ainda tem o julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) amanhã, que pode suspender Hélio Cury pela falta de pagamento de R$ 300,00 por ordem judicial para o Atlético Clube Nacional, do futebol amador. De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o artigo 223 que prevê multa de até R$ 100.000,00 e suspensão automática até que se cumpra a decisão, que estará cumulada pelo prazo de 90 a 360 dias. Judicialmente, a FPF afirma ter embasamento, mas teme envolvimento político no julgamento.
Durante a coletiva de ontem, integrantes e apoiadores de Ricardo Gomyde comentaram incessantemente sobre a falta de transparência da atual gestão da FPF. “Nesses últimos dias, soubemos de contribuições em valores altos, justamente no período que antecede a eleição. O que foi feito pelo Trio de Ferro foi o pedido de esclarecimento em relação à essas contribuições”, reclama Tetto.
Os esclarecimentos sobre situações pontuais foram feitos através de requerimentos protocolados: a quantidade do eleitorado (por ordem judicial e com 24 horas para resposta), volume de repasses voluntários aos filiados nos últimos 24 meses e vendas de materiais esportivos nos últimos 36 meses, com prazo de cinco dias de resposta e que, segundo a chapa, termina hoje.
“Quanto à lista de filiados, a FPF ainda não foi intimada. Já sobre o requerimento dos clubes, a solicitação está com o departamento jurídico e será respondida no prazo. Não vai parar na Justiça”, informou a Federação através de nota enviada pela assessoria de imprensa.
Esperança
A confiança do candidato de oposição é grande. A chapa disse que conseguiu reverter os votos de clubes do interior, que tinham dado apoio a Cury anteriormente e voltaram atrás. Além disso, Gomyde informou que já possui 26 das 30 assinaturas necessárias para poder se inscrever na eleição. “A cada dia, conquistamos mais assinaturas. Posso garantir que temos metade das ligas (são seis), a hegemonia do futebol profissional e a certeza absoluta que vamos ganhar no futebol amador”, aposta.
Jotinha confirma apoio a Hélio Cury
Roger Pereira
O J. Malucelli destoa dos demais clubes da capital e mantém apoio à reeleição de Hélio Cury para a presidência da Federação Paranaense de Futebol. O Caçula, que lidera o Paranaense, disse que manterá o compromisso assumido com o atual presidente e declara voto na chapa de situação na eleição para o comando do futebol no Estado. “Nosso presidente (Juarez Malucelli) já assumiu compromisso com a atual direç,;ão da Federação. Até já assinamos declaração de apoio ao Hélio e, a não ser que um fato novo extremamente relevante aconteça, manteremos esse apoio”, disse o presidente de honra do clube, Joel Malucelli.
Joel disse que não sentou para conversar com os dirigentes dos demais times de Curitiba, que declararam apoio em bloco à chapa de oposição, liderada por Ricardo Gomyde. “não sentamos com eles e não acreditamos que seja questão de decidir em bloco. Vamos avaliar as plataformas de cada candidato e podemos reavaliar a posição se tiver alguma diferença muito relevante. Mas o apoio (a Hélio Cury) já foi dado”, disse.
Stival na chapa
A chapa “Transformação”, de Hélio Cury, anunciou o nome de Amilton Stival como um de seus vice-presidentes. “Acredito que a continuidade desse trabalho será fundamental para o sucesso do futebol paranaense nos próximos anos”, disse Stival, assessor da secretaria de Urbanismo. Além dele, a chapa tem como vices o ex-árbitro e deputado federal Evandro Rogério Roman e o chefe de Stival, Reginaldo Cordeiro, secretário municipal de Urbanismo.
Reunião
Sem agenda pública desde o início da crise com a greve dos professores e a retirada do “pacotaço” na Assembleia Legislativa, há duas semanas, o governador Beto Richa, que sequer recebeu os representantes dos grevistas na semana passada, abriu uma exceção ontem e recebeu a chapa de oposição. Além do candidato a presidente Ricardo Gomyde e de seu vice, Juliano Tetto, participaram do encontro com o governador o presidente de Atlético, Coritiba e Paraná Clube. Hoje, o grupo tem reunião agendada com o prefeito Gustavo Fruet. (RP)