São Paulo – Ao que parece não vai ser nada fácil tirar de Nelson Nastas a administração da Confederação Brasileira de Tênis e, sendo assim, o boicote dos principais jogadores à Copa Davis vai persistir inclusive para o confronto diante da Venezuela, em julho. A oposição, que sonha em derrubar a atual gestão, denunciou mais uma manobra na CBT, com o adiamento das eleições de 15 de maio para 2 de julho e, especialmente, da assembléia extraordinária – inicialmente marcada para o dia 30 – para a tão comentada aprovação de contas do exercício de 2003.
“Foi a mais absurda falta de respeito”, reclama Jorge Rosa, presidente da Federação Catarinense de Tênis e líder do grupo da oposição. A reclamação vem do fato de presidentes de federações de vários Estados terem viajado a São Paulo para uma reunião e também para ter o acesso às contas da CBT, dez dias antes da assembléia extraordinária, como prevê o estatuto. Só que, já na véspera do feriado, na terça-feira, a sede da entidade na avenida Paulista estava fechada e os dirigentes deram com o nariz na porta.
Em reunião realizada ontem em um hotel de São Paulo, 13 presidentes de federações: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Bahia, Tocantins, Pará, Distrito Federal, Alagoas, Matro Grosso do Sul e Goias confirmaram apoio à oposição. Com esse número, muito provavelmente já ganhariam as eleições, de um total de 25 votos de todo o País.
A questão agora, porém, é quem teria direito a voto, pois a CBT diz que várias entidades não estão em condições de participar das próximas eleições, marcadas para 2 de julho, se não surgirem novas manobras. A CBT em comunicado oficial afirma que transferiu a data das eleições de 15 de maio para 2 de julho, assim como adiou a assembléia extraordinária de aprovação de contas de 2003, atendendo a um pedido de 18 federações, em documento assinado recentemente na Costa do Sauípe, durante a disputa da Copa Davis.
Mas a oposição contesta e diz que as 18 assinaturas pediam outras coisas, como, por exemplo, dar direito de voto às 25 federações do País. Com essa briga política, quem parece estar perdendo cada vez mais é o esporte. Os principais tenistas brasileiros não se deram bem em quadra esta semana e o Brasil sofre cada vez mais o risco de cair para a terceira divisão na Davis, se as principais estrelas mantiverem o boicote, o que deve acontecer enquanto Nastas seguir à frente da CBT.