Na mesma medida da empolgação, veio a preocupação. Natural que o resultado e a atuação do Paraná Clube na derrota para o Oeste em plena Vila Capanema fossem deixar todo mundo tenso. Afinal, perder em casa para um rival direto – e ver a disputa por uma vaga na Série A do ano que vem ficar ainda mais disputada – não era o cenário imaginado antes da terça-feira (31). Pelo contrário, imaginávamos acompanhar o desfecho da 33ª rodada da Série B para saber se seriam cinco ou sete pontos de vantagem do Tricolor para o quinto colocado.
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Mas chega o sábado (4) e a diferença é de apenas um ponto. Faltando cinco jogos, a pressão sobre o Paraná aumenta. São três jogos fora de casa e dois na Vila Capanema. Em resumo, é a hora da verdade. Só que é importante lembrar uma coisa importantíssima – e a Tribuna lembrou em matéria ainda na quarta (1): é o Tricolor quem está no G4 da Segundona, e não o Oeste. Por isso, quem tem que se preocupar mais são os paulistas, e não os paranistas.
Claro que isto não significa um alerta desligado. A forma como a derrota aconteceu deu lições ao time e ao técnico Matheus Costa. A maior delas, e superimportante neste momento do campeonato, é que é preciso saber jogar com o regulamento. No momento em que o Oeste fez o gol de empate, o Paraná se desorganizou, passou a jogar desesperadamente pela vitória, inclusive com o treinador jogando o time pra frente.
Era todo o ambiente que levava a isso. Com mais de 14 mil pessoas na Vila Capanema, das quais pouco mais de cem (se tanto) estavam na torcida do Oeste, o time tricolor pareceu se sentir na obrigação de vencer a qualquer custo. Neste momento da Série B já não é tão mais assim. A vantagem pros paulistas era de quatro pontos. Ampliar para sete seria espetacular, mas se ficasse em quatro não seria trágico. Aí, naquele momento de coração na boca, faltou colocar a cabeça no lugar.
E a receita daqui por diante, nas três semanas mais importantes do Paraná em dez anos, é ter a cabeça no lugar. Jogar com inteligência é fundamental, principalmente fora de casa. Tanto quanto subir na classificação, o importante é “marcar” os rivais. Um ponto ou quinze na frente do quinto colocado pouco importa na última rodada, vale subir pra primeira divisão. Claro que quanto menos sofrido melhor, principalmente pros torcedores que não aguentam mais tanta agonia.
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Mas um jogo inteligente e um time com a cabeça no lugar terão essa condição. Inclusive de ir a Pelotas na terça-feira (7) e vencer o Brasil. Só que o Paraná não pode ser uma equipe ansiosa, com muita sede ao pote. E Matheus Costa também precisará conter uma saudável vontade de ver o time o tempo todo dentro do campo do adversário.
Nunca foi tão importante para o Tricolor ter serenidade. São três semanas de trabalho, foco total e manutenção da posição no G4. Nada está perdido, e a volta pra elite continua muito perto.