Operário foi surpreendido pelo Madureira em Ponta Grossa

O Operário de Ponta Grossa entrou ontem em campo disposto a encarar o Madureira-RJ na correria e na botinada, se fosse preciso. Bastou o Fantasma sair do vestiário para a inflamada torcida ir à loucura.

Mas a história mudou no fim do jogo. A derrota por 4 x 2, em pleno Estádio Germano Krüger, foi um verdadeiro banho de água fria para o time na Série D do Campeonato Brasileiro.

Três foram as tormentas para o Alvinegro dos Campos Gerais. Os gols perdidos, quatro contra-ataques e, por fim, a trilha sonora do jogo na Vila Oficinas – feita pelos visitantes. Ironia do destino.

Fosse pra xingar, apoiar ou opinar sobre os comentários do radinho colado na orelha, a torcida local participou do jogo até o apito final. Como dizia um torcedor: “Aqui é assim. Pode perder, mas tem que ter raça”.

A derrota de ontem começou com Edenilson, que chutou nas pernas do goleiro carioca a primeira oportunidade de gol do jogo. O fôlego acabou quando Leo Gazola mandou literalmente pro mato a oportunidade de diminuir o marcador.

Em um jogo marcado por trombadas, chutões e bate-bocas, valeu a experiência de Maciel. O ex-atacante de Atlético-PR e Porto de Portugal não se intimidou com o acanhado túnel que trilha o caminho para o gramado.

Ou até mesmo com os buracos do campo. Ele comandou a vitória do Madureira, que sobe para a Série C mesmo se perder tomando dois gols em Conselheiro Galvão.

Para esfriar o alçapão da Vila Oficinas, o próprio Maciel abriu o placar. Aos 21 minutos de jogo, a zaga do OFEC parou pra pedir impedimento e deixou o atacante sozinho pra marcar.

Torcida e jogadores do Fantasma sentiram o baque. O combustível para que o Operário reagisse foi injetado pelo treinador Pedro Caçapa, que alterou seu time e o mandou todo pra frente no início da etapa final.

Um dos encarregados pela virada poderia ter sido o atacante Ícaro, que substituiu Edenilson. Aos 5 do segundo tempo ele empatou de letra o duelo, depois de escapada de Baiano.

No entanto, valeu a reza do Madureira no vestiário. Logo aos 9 minutos, Valdir cruzou e Alex Silva ampliou de cabeça. Aos 13 foi a vez de Caio Cesar ficar na cara de Ivan e fazer o terceiro.

O Operário reagiu novamente com Ícaro, de cabeça, dois minutos depois. No entanto, Maciel voltou a escapar e tocou para Rodrigo liquidar a fatura, aos 23. A torcida do Operário, que apoiou o jogo inteiro, precisou voltar pra casa em silêncio.

O único barulho que se ouviu no fim de noite na Vila Oficinas era de ‘Uh, é Madureira. Uh, é Madureira’. Foi o funk carioca cantado no vestiário visitante que marcou a trilha sonora em Ponta Grossa.