Júnior Negão é rei no beach soccer, mas a nova praia do filho Renan fica bem distante das areias de Copacabana: mais precisamente em Ponta Grossa, Campos Gerais do Paraná. É no tradicional Operário que o garoto de 18 anos dará os primeiros passos no futebol profissional.
Renan, que atua como meio-campista, até chegou a jogar na praia. ?Mas o negócio dele é campo. Eu sou mais zagueiro, mais fortão, ele é mais habilidoso, gosta de driblar?, compara o pai, que esteve ontem em Ponta Grossa finalizando o contrato de Renan.
Em princípio, o garoto será inserido na equipe júnior do Operário, que a partir do mês que vem disputa a Copa Tribuna da categoria. O desempenho em campo definirá um possível progresso ao time profissional, que em abril joga a Segundona do Campeonato Paranaense. ?Ele vem para ser lapidado. Não vamos olhar a carteira de identidade, é o atleta que mostra onde pode jogar?, avisa Tico, ex-atacante de Matsubara, Atlético e Coritiba entre os anos 80 e 90, e atual diretor do futebol do Fantasma.
Renan foi descoberto pelo atual preparador de goleiros do Operário, Fábio Sequinel, durante um campeonato juvenil de seleções. Antes, jogava nas categorias de base do Fluminense, mas teve poucas chances. Para o pai do candidato a craque, afastá-lo dos holofotes do Rio de Janeiro é um bom recomeço.
?Lá no Rio iriam dizer que ele joga porque é filho do Negão. Cada um tem seu caminho. Ele nunca vai jogar igual a mim, até porque a modalidade e o estilo são diferentes. Como ele gostou da cidade e terá boa estrutura, agora vai caminhar com as próprias pernas?, projeta Negão, que em dezembro completou nada menos que 300 jogos pela seleção brasileira de futebol de areia.