Zagueiro atleticano teve que fazer uma pequena cirurgia no joelho. |
O zagueiro Marinho, do Atlético, foi submetido ontem a uma vídeo artroscopia no joelho direito e ficará cerca de um mês afastado dos gramados. Ele havia recebido uma pancada no local na partida contra o Grêmio e vinha atuando sob tratamento realizado no clube. Na segunda-feira, num treinamento coletivo entre reservas e juniores, passou a sentir fortes dores, foi melhor avaliado pelo médicos rubro-negros e os novos exames encaminharam o jogador para a faca.
De acordo com a nota oficial divulgada pelo clube, a artroscopia foi necessária para “a retirada de um corpo livre intra-articular no joelho direito”. A cirurgia foi comandada pelo chefe do DM atleticano, Edílson Thiele, e, ontem mesmo, ele já recebeu alta do hospital. Nos próximos dias, ele já deverá iniciar os trabalhos de fisioterapia. A previsão inicial é de quatro a cinco semanas fora de combate.
Sem ele, a tendência é do técnico Levir Culpi manter o mesmo time que enfrentou o Vasco da Gama, domingo passado, na partida de amanhã contra o Botafogo. “Neste momento não temos muitas alterações. De um modo geral, são duas ou três, no máximo, que acontecem de uma partida para outra, mas aparentemente está normal e não deveremos ter nada de surpreendente para este jogo”, disse o treinador, que não costuma adiantar a escalação com essa antecedência. Assim, o time terá Diego; Rogério Correia, Fabiano e Marcão; Fernandinho, Alan Bahia, Pingo, Jádson e Ivan; Dagoberto e Washington.
Hoje pela manhã, o comandante do Furacão comanda o último treino antes do embarque para o Rio de Janeiro. O confronto contra mais um time carioca está programado para às 20h30, em Niterói. Mas, antes desse encontro, os jogadores e a comissão técnica estarão de olhos nos resultados dos jogos de logo mais. Em caso de tropeços de Santos, Ponte Preta e São Paulo, o Rubro-Negro poderá terminar o primeiro turno na primeira colocação.
“Seria o ideal fechar o primeiro turno num situação de ponta no campeonato, sem dúvida. Ainda tem muita coisa pela frente, mas uma coincidência dessas seria sempre o ideal”, apontou Levir.
Reforços? Sem afobação
Mesmo com a venda do atacante Ilan e da cirurgia do zagueiro Marinho, a diretoria do Atlético não vai sair correndo atrás de reforços para a sequência do Campeonato Brasileiro. Para os dirigentes rubro-negros, a idéia é ir tocando o barco com o que tem e aproveitar mais os jogadores formados em casa mesmo. No entanto, a contratação de um lateral-direito e um atacante são as prioridades no Furacão. O prazo para inscrições de novos atletas para o Nacional vai até o dia 14 de setembro.
“O Atlético sempre foi um formador de atletas. Estão jogando aí Dagoberto, Jádson, Fernandinho, todos das categorias de base. Vocês (repórteres) estão vendo quantos meninos dos juniores aí, diversos jogadores, que já estão preparados para o profissional”, aponta o diretor de futebol, Alberto Maculan. Para ele, o elenco está de bom tamanho e bem servido, que dá tranqüilidade para a sequência do trabalho. “Nós não temos esse tipo de preocupação porque você tem que mesclar a experiência dos mais velhos com esses meninos. Isso é natural”, explica.
Apesar disso, Maculan revela que a diretoria está atenta a possíveis novos negócios. “Como eu falo sempre. Até o dia 14 de setembro, você pode registrar jogadores e nós estamos de olho no mercado, mas não vamos sair por aí comprando jogadores, porque dinheiro não nasce em árvores”, diz. Mas, o dirigente garante que o clube deve buscar jogadores para o time titular. “Todo mundo sabe que estamos precisando de um lateral-direito de ofício, aí sim, mas não tem nada de afoito, de preocupante. O elenco é bom, tem reservas e substitutos, onde sai um, entra outro”, completa.
Já o técnico Levir Culpi mantém o discurso da diretoria, mas aguarda por um atacante, que possa suprir a ausência de Ilan, negociado com o Sochaux. “O Campeonato Brasileiro é dificílimo e nós tínhamos Ilan, Dagoberto e Washington e, automaticamente, havia uma competição entre eles. Dois jogavam, um ficava no banco ou os três jogavam e era importante essa competição”, destaca. Para ele, é importante ter no elenco atletas que briguem pelas posições. “Se houver uma possibilidade boa, por que não?”, finaliza. Vale lembrar que o zagueiro boliviano Ronald Raldes ainda não fez sua estréia com a camisa rubro-negra por não ter a documentação regularizada.
Paraná nada recebeu pela venda de Ilan
Gisele Rech
Foi só o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, bater o martelo na negociação do atacante Ilan para os críticos de plantão descerem o verbo na diretoria do Paraná Clube. Explica-se: foi o Paraná Clube que revelou o jogador nas categorias de base e, no final das contas, não lucrou um centavo com a negociação do atleta com o Sochaux, da França. Na verdade, poderá adquirir 5% do valor total da negociação entrando com uma ação, exigindo a porcentagem referente à formação do atleta.
Preocupado com a proporção que o caso ganhou – o clube já passa por um momento um tanto quanto delicado, o presidente tricolor, José Carlos de Miranda, explicou detalhadamente tudo o que aconteceu envolvendo os direitos federativos de Ilan.
Profissionalizado em 1998, Ilan foi emprestado ao São Paulo em 2000. Na ocasião, o clube negociou 25% dos direitos federativos do atleta à empresa de representações Zappa. Na época, a intenção era repassar 50% para o São Paulo e o tricolor permanecer com 25%. Entretanto, Ilan não teve uma boa passagem pelo clube paulista, que acabou por devolvê-lo. Tão logo retornou para Curitiba, o Paraná conseguiu vender os 50% dos direitos federativos do jogador para o Atlético Paranaense. Com essa negociação, o Paraná passou a ter 25% dos direitos federativos de Ilan, o que daria ao clube, com a negociação com o Sochaux, algo em torno de US$ 1,4 milhões – especula-se que a venda de Ilan tenha rendido US$ 5,8 milhões.
Entretanto, as necessidades imediatas do Paraná Clube em ter dinheiro em caixa fez com que o clube vendesse, em dezembro do ano passado, os 25% restantes do passe à empresa Employer, agregada ao PSTC, clube que revelou o meia Kléberson. Nos bastidores, comenta-se que o valor da venda ficou próximo de 800 mil reais. “Não confirmo valores, pois são confidenciais. Mas a venda foi aprovada pelo conselho deliberativo. O então presidente, Ênio Ribeiro, não fez sozinho”, diz Miranda, isentando o ex- presidente de culpa.
Mesmo assim, não há como negar que a quantia que o Tricolor receberia com a transação com o Sochaux seria uma mão-na-roda na solução de parte dos problemas financeiros do clube. “Não adianta chorar sobre o leite derramado. Pelo menos, na soma total, o Ilan foi o jogador que mais deu dinheiro ao Paraná até hoje”, finalizou. Agora, resta ao Tricolor torcer para conseguir obter os 5% referentes à formação do atleta.