Operação de Roger foi bem-sucedida

São Paulo – Foi um sucesso! A afirmação de Joaquim Grava, depois de 1h10 de cirurgia, trouxe alívio no Parque São Jorge. O médico se referia à operação feita, na manhã de ontem, no tornozelo direito de Roger, no Hospital São Luiz. O meia do Corinthians sofreu fratura na fíbula e teve rompidos os ligamentos do tornozelo direito, depois de sofrer entrada casual de Amaral na partida contra o Vasco, no domingo, no Pacaembu.

Seu retorno aos campos levará, no mínimo, dez semanas. Ou seja: só voltará a jogar no Paulistão de 2006. Deverá ter alta do hospital na manhã de hoje.

Grava tem motivos para comemorar: ?Tudo correu dentro do esperado. O diagnóstico feito no domingo foi correto. Corrigimos a fratura com a aplicação de uma placa de titânio e costuramos os ligamentos. O Roger voltará em janeiro do ano que vem, jogando com a mesma eficiência que estava demonstrando?.

Faz questão de dizer que a maratona de partidas a que o Corinthians está sendo submetido não ?facilitou? a ocorrência da fratura. ?Não houve qualquer tipo de

estresse. O Roger poderia ter ficado sem jogar por muito tempo, ter tirado férias e, se sofresse o mesmo tipo de queda no gramado, teria a perna quebrada da mesma maneira?, garante o médico.

Grava assegura que a contusão não é nada incomum. Ele mesmo está familiarizado com operações e recuperações deste tipo. ?Eu já operei o Marcinho, do Palmeiras (quando estava no São Caetano), o Marques, o Fábio Baiano, o Casagrande. Foi o mesmo tipo de cirurgia do Roger. Ele sabe que não precisa se preocupar.?

O médico tem até uma tese inovadora para falar sobre a recuperação do atleta: ?Ele é um jogador muito técnico, que usa pouco a força. A prática me mostra que atletas que não forçam muito a musculatura e têm mais talento, voltam até mais rápido. O Roger, porém, não antes de dez semanas?.

O doutor Fábio Novi auxiliou Grava na cirurgia. Ambos comentaram que Roger, até certo ponto, teve ?sorte?. Quando houve o rompimento do osso, saiu uma lasca chamada normalmente entre os médicos de ?asa de borboleta?. A lasca que saiu da fíbula de Roger foi mínima, não houve nem necessidade de enxerto.

Roger chorou muito domingo e, segundo os médicos, estava bem mais animado depois que ficou conhecendo detalhes da cirurgia e da recuperação. O jogador está empolgado com a excelente campanha do Corinthians, líder do Brasileiro, com folga.

O jogador nutre a esperança de, como ele mesmo havia falado, acontecer ?uma zebra? e ele ser convocado para a seleção que disputará a Copa do Mundo da Alemanha. Domingo, assustou-se com a fratura e ficou preocupadíssimo, sem saber o que esperar da recuperação.

A promessa foi do médico Novi: ?Nós o tranqüilizamos. Não há motivo nenhum para preocupação. Garanto que sua recuperação não será nada traumática?.

Carlos Alberto terá a grande chance pra se firmar

São Paulo – Com a ausência forçada de Roger, o meia Carlos Alberto terá a grande chance de provar que vale o investimento feito pela MSI, que pagou cerca de R$ 28 milhões para tirá-lo do Porto. Desde que chegou ao Parque São Jorge no início do ano, ele não conseguiu se firmar.

Muito pelo contrário. Além de acabar na reserva pelo fraco futebol, Carlos Alberto já se envolveu em vários problemas disciplinares, principalmente brigas e atrasos. ?Eu lamento o que aconteceu com o Roger, mas se o Lopes me colocar como titular vou fazer o que puder para mostrar que mereço estar no Corinthians. Já me recuperei dos vários problemas que tive e posso mostrar o meu futebol de verdade?, diz.

O cuidado paternal queo técnico anterior, Márcio Bittencourt, sempre revelou em relação ao jogador foi trocado pela cobrança de Antônio Lopes. O técnico teve uma conversa séria com o meia, assim que assumiu o cargo no Corinthians. Falou que exigiria disciplina e aplicação. Não teria paciência ou tolerância com indisciplinas que prejudicassem o grupo. Foi direto. Resumiu: ?Trato bem todos, mas se o jogador quiser me sacanear eu sei como agir. Há quem mereça beijo ou tapa. Depende da postura do atleta. Para mim importante é o time?.

Dentro da sua filosofia, o treinador não quer deixar o mínimo espaço para acomodação de Carlos Alberto. Tanto que, embora todos saibam no Parque São Jorge que o meia é a primeira opção para o lugar de Roger, Lopes destaca também a presença de Hugo. ?Vamos ver o que for melhor para o time. Tenho algumas opções e quero ver o que será. O Carlos Alberto está bem, mas o Hugo também. Vamos ver?, disfarça o técnico.

Entre os problemas de Carlos Alberto, havia a atração especial para ?trash food?. A sua paixão por hambúrgueres, doces e refrigerantes estava se manifestando na balança. ?Eu sou uma pessoa ansiosa. Quando tenho dificuldades, desconto na comida?, assume o jogador que, atualmente, vem seguindo uma rígida dieta imposta pelo fisiologista Renato Lotufo.

O atleta, que já teve de enfrentar a fúria dos torcedores irritados com o fraco futebol que vinha apresentando, parece ter se recuperado. Nas últimas partidas têm mostrado bom rendimento. Não havia, no entanto, ganho sua posição. Agora, sua confiança cresceu. A ponto de ficar brincando com a aparência. Os diversos penteados têm impressionado os torcedores e os próprios companheiros. ?Ele sempre consegue arrumar um jeito de inovar. A gente nunca sabe com que cara o Carlos Alberto vai aparecer no clube?, brinca Nilmar.

A recuperação de seu futebol trouxe alívio a Kia Joorabchian em particular. O presidente da MSI foi muito pressionado para negociar o instável jogador. Dirigentes e conselheiros do Corinthians insistiam em ver o atleta longe do Parque São Jorge. Kia resistiu.

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