A Polícia Civil da Paraíba está cumprindo a execução de 39 mandados de busca e apreensão, desde a madrugada desta segunda-feira, nas cidades de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras, para apurar supostos crimes cometidos por uma organização composta por membros da Federação Paraibana de Futebol (FPF), da Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (Ceaf), do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB) e por dirigentes de clubes de futebol profissional do Estado da Paraíba.
A 4ª Vara Criminal de João Pessoa deferiu as medidas cautelares relacionadas à Operação “Cartola”. Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, manipulação de resultados (crimes do estatuto do torcedor), desvio de dinheiro de partidas de futebol profissional e por outras condutas sob apuração.
A Operação ‘Cartola’ envolveu 230 policiais e é resultado de mais de seis meses de investigações da Polícia Civil e do Ministério Público da Paraíba (MPPB), coordenado pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e pela 1ª Superintendência da Polícia Civil de João Pessoa, Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa (DDF).
Na investigação, segundo o MP, foi possível identificar a existência de dois núcleos principais, com aproximadamente 80 membros identificados. O primeiro núcleo é formado por membros da FPF, Ceaf e dirigentes de clubes de futebol profissional. O segundo núcleo (dos cartolas) é responsável pelas decisões mais importantes relacionadas ao futebol paraibano e conta muita articulação institucional.
O segundo núcleo identificado é formado por membros executores ligados à Ceaf (arbitragem), funcionários da FPF e de clubes de futebol, que atuam segundo a determinação do núcleo principal.
O advogado da Federação Paraibana de Futebol, Hilton Souto Maior, disse que lamenta a situação deprimente de pessoas que querem destruir a imagem de clubes paraibanos e federação. “Foi uma ação originada por um integrante da federação, que está envolvido em investigações ilícitas. Estamos ajudando a Justiça a solucionar estas denúncias. Não entramos no mérito de manipulação de jogos, porque isso remete-se aos clubes”, disse em entrevista a uma rede de televisão local.
Confira a lista dos principais investigados na Operação Cartola:
AMADEU RODRIGUES – Presidente da FPF
FEDERAÇÃO PARAIBANA DE FUTEBOL (FPF)
ROSILENE DE ARAUJO GOMES – Ex-presidente da FPF
MARCOS SOUTO MAIOR – Advogado da FPF
JOSÉ RENATO (ZÉ RENATO) – Presidente da Comissão de Arbitragem
SEVERINO LEMOS (BINA) – Diretor de arbitragem da FPF
LIONALDO SANTOS – Presidente do Tribunal de Justiça Desportiva
ZEZINHO DO BOTAFOGO – presidente do Botafogo
BRENO MORAIS – Vice-presidente do Botafogo
BRENO MORAIS / EMPRESA NORDIL
DR ALEXANDRE – Advogado e vice-presidente jurídico do Botafogo
FRANCISCO SALES – Diretor do Botafogo
WILLIAM SIMÕES – Presidente do Campinense Clube
JUAREZ LOURENÇO – presidente do Treze
FABIO AZEVEDO – Dirigente do Treze
ALANKARDEC CAVALCANTI – Dirigente do Treze
JOSIVALDO GOMES – Presidente do CSP
RENAN ROBERTO – Árbitro de futebol da FPF
ADEILSON CARMO – Árbitro de futebol da FPF
JOSE MARIA DE LUCENA NETTO (NETO) – Árbitro de futebol da FPF
ANTONIO CARLOS DA ROCHA (MINEIRO) – Árbitro de futebol da FPF
JOÃO BOSCO SÁTIRO DA NOBREGA – Árbitro de futebol da FPF
ANTONIO UMBELINO – Árbitro de futebol da FPF
DIEGO ROBERTO – Árbitro de futebol da FPF
EDER CAXIAS – Árbitro de futebol da FPF
TARCISIO JOSE DE SOUZA (GALEGUINHO) – Árbitro de futebol da FPF
LUIS FILIPE – Árbitro de futebol da FPF
ÁDGUERRO XAVIER – Árbitro de futebol da FPF
JOSE ARAUJO DA PENHA (ARAUJO) – Funcionário da FPF
LUCAS ANDRADE – Funcionário da FPF
SONIA ANDRADE – Funcionário da FPF
BENEDITO DA PENHA MEDEIROS JUNIOR (BENINHA) – Filho de diretor do Botafogo