O bom desempenho no atual Brasileirão coloca o Paraná na rota dos grandes clubes.
O representante do Real Madrid, Franco Baldini, está no Brasil para acompanhar as rodadas decisivas da competição e viu dos camarotes da Vila Capanema a vitória do Tricolor sobre a Ponte Preta (2×1). Segundo o jornal espanhol As, um dos ?alvos? do observador seria o zagueiro Edmilson, mesmo relegado à reserva em boa parte deste segundo turno.
O jogador teve bom desempenho na primeira metade do campeonato e segue como um dos melhores na Bola de Prata da revista Placar – está em 3.º, atrás de Marinho (Corinthians) e Índio (Internacional). No clube, nenhum dirigente comentou sobre a presença do ?olheiro? do clube espanhol, mas especulações davam conta de que o meia Maicosuel constava da pauta de Baldini. O observador, no entanto, saiu impressionado com o futebol do garoto Eltinho, de apenas 18 anos.
Não ao acaso. Eltinho foi o destaque do Paraná, eficiente na marcação e no apoio. Até gol marcou. O técnico Caio Júnior não se cansa de elogiar a personalidade do lateral, que vai conquistando seu espaço diante da ausência de Edinho, lesionado. O treinador passou orientações ao garoto, que foi assediado pela imprensa nos últimos dias. ?Vou seguir trabalhando da mesma forma, com os pés no chão. Não tem essa de euforia, não?, assegurou o jogador. Eltinho é uma das revelações do Tricolor, em parceria com a L.A. Sports.
Paraná quer aproveitar desespero do Santa Cruz
O Paraná Clube encara o Santa Cruz, amanhã – às 16h, no Arrudão -, disposto a explorar o clima de tensão que cerca o adversário.
Um resultado positivo fora de casa consolidaria a posição do time na zona de classificação à Libertadores, com possibilidade de ampliação da atual vantagem de três pontos sobre o seu mais direto perseguidor. O técnico Caio Júnior preferiu não oficializar, mas voltará a armar seu time com três zagueiros.
Uma situação motivada pela ausência de Beto.
Caso o capitão não estivesse lesionado, o treinador iria repetir o 4-4-2 utilizado na última jornada, mas com
um meio-de-campo mais coeso. Com essa possibilidade descartada, Caio repete o sistema aplicado durante boa parte da temporada. Sandro e Maicosuel terão a missão de compor o meio-de-campo e aproximar-se de Cristiano.
O artilheiro do time, com 7 gols, jogará mais à frente. ?Mas não isolado?, garante o técnico.
Caio Júnior pretende evitar um recuo demasiado do time, como ocorreu nos jogos contra Figueirense e Internacional. Nessas partidas – mesmo tendo obtido vitória em Florianópolis -, o Paraná sofreu intensa pressão dos adversários.
?Era um risco calculado. Jogamos com dois atacantes, que não têm características de marcação e isso fragilizou nosso meio-de-campo?, comentou Caio. ?Até porque, tanto Figueirense quanto Inter jogam no 4-4-2?. Dessa vez, o Tricolor não terá, na visão do treinador, esse problema.
A estratégia do Paraná é simples: marcação intensa, a partir da intermediária adversária, e muita velocidade nos contragolpes. Caio Júnior pretende explorar um possível cansaço do Santa Cruz, que jogou na quinta-feira, no Rio de Janeiro. ?Eles tiveram um jogo desgastante e dois jogadores terminaram com cãibras. Além disso, há toda uma pressão psicológica de quem está nas últimas posições?, frisou o técnico.
A única incerteza de Caio está na composição da sua zaga.
Apenas Gustavo está confirmado. Neguete, Émerson e Edmilson disputam as outras duas vagas. ?Acho que essa é uma decisão dificílima. Vou procurar o melhor para o time, no momento?, finalizou.
Assim, a equipe do Tricolor para o jogo de amanhã terá a seguinte formação: Flávio; Gustavo, Émerson (Edmilson) e Neguete; Peter, Pierre, Batista, Sandro e Eltinho; Maicosuel e Cristiano.
Entrada da torcida no estádio será melhorada
O vice-presidente Márcio Villela assegurou que o clube está tomando todas as providências para que os problemas registrados nos jogos realizados na Vila Capanema – como confecção dos ingressos, acesso e fluxo do torcedor – não mais se repitam. ?Vamos resgatar a credibilidade junto a nossa torcida, compensando a todos pelos deslizes cometidos nesse período de aprendizado diante da nova estrutura?, afirmou o dirigente.
Márcio Villela admitiu ter ficado profundamente frustrado com o quadro apresentado na última quarta-feira. Filas imensas se formaram ao ponto de o comando da Polícia Militar ordenar a abertura dos portões, evitando tumulto. ?Precisamos criar o hábito de nosso torcedor freqüentar a Vila Capanema. E isso só se consegue com conforto, com bom atendimento?, comentou.
A ação imediata será a ampliação e o treinamento do quadro de funcionários designados para bilheterias e catracas nos dias de jogos. Márcio Villela assegurou que não houve nenhum problema em relação à Task, empresa que desenvolveu o sistema de bilhetagem. Villela, assume, a partir de agora, uma posição efetiva no processo operacional da Vila. ?Vamos melhorar a identificação dos acessos, fazendo com que o torcedor assimile com maior facilidade a nova sistemática do estádio?, explicou.
Para Villela, a dificuldade inicial não comprometerá a presença do torcedor em jogos futuros. ?Também estamos num período de aprendizado. A logística que se aplicava ao Pinheirão não vale para a Vila?, lembrou.
O dirigente promete que para o jogo frente ao Goiás, no próximo dia 15 de outubro, tudo estará corrigido. A partida faz parte da ação ?Torcer faz bem?, da Nestlé e a tendência é que pelo menos 15 mil (carga disponibilizada para a troca) torcedores estejam presentes na Vila Capanema.
Comissão da Cosedi afirma que rachadura não é grave
Carlos Simon
Equipes da Comissão de Segurança em Edificações e Imóveis da Prefeitura de Curitiba (Cosedi) e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) vistoriaram ontem a rachadura encontrada na arquibancada da Curva Norte da Vila Capanema. O parecer técnico foi positivo e o setor deve ser liberado até o próximo jogo do Paraná Clube em casa, dia 15, contra o Goiás.
O engenheiro Jorge Castro, da Cosedi, que chefiou a comissão, disse que a rachadura na junção entre a arquibancada velha e o pré-moldado do gol de fundos não representa risco de segurança ao público. Castro repetiu a explicação dada na véspera pela diretoria tricolor -como a compactação da terra, que sustenta a arquibancada velha, foi mal feita, o solo cedeu alguns centímetros e fez o concreto afundar.
A avaliação dos engenheiros detectou também pequenas fissuras no muro de arrimo construído para sustentar a arquibancada antiga.
O clube foi orientado a instalar medidores para acompanhar a evolução dessas fissuras – se elas aumentarem, obras de reforço no muro deverão ser feitas. Este trecho é independente da construção nova, que não sofreu qualquer dano na estrutura e está segura.
O clube já iniciou as obras de reparo no trecho afetado pela rachadura e decidiu compactar a terra ao longo de toda a arquibancada velha, como forma de prevenir novos afundamentos. A Cosedi aprovou as obras de recuperação e emitiu relatório sobre os problemas verificados. Uma nova vistoria será feita até quarta-feira -prazo previsto pelo Tricolor para concluir as obras -, para que o setor seja liberado no jogo contra o Goiás.
