Depois da paralisação de parte dos funcionários que trabalham nas obras de reforma e ampliação da Arena da Baixada durante esta semana, e da manifestação do diretor de construção do estádio, Luiz Volpato, solicitando ao presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, a suspensão das atividades no canteiro de obras, foi encerrado o imbróglio envolvendo os recursos restantes do primeiro repasse feito pela Fomento Paraná à CAP S/A. Conforme a Tribuna antecipou, o Atlético recebeu ontem o valor de R$ 1,5 milhão que estava faltando do primeiro repasse feito pelo banco estadual referente ao último contrato de financiamento.
Na semana passada, a Fomento Paraná havia liberado R$ 22 milhões à CAP S/A. Segundo o banco estadual, o valor foi repassado mediante a comprovação dos marcos atingidos na obra e com a aprovação da Price Waterhouse, que faz a auditoria da execução do cronograma físico e financeiro da reforma do estádio. Mesmo assim, o clube exigia que a instituição financeira estadual fizesse o repasse da quantia restante de R$ 6 milhões.
Na quarta-feira, a CAP S/A recebeu uma parte da quantia restante de R$ 4,5 milhões. O clube só conseguiu receber este valor depois de comprovar o gasto desta quantia. Mas de acordo com a Fomento Paraná, somente ontem o Atlético apresentou o comprovante de gastos de R$ 1,5 milhão e, por isso o repasse foi feito. A empresa Mills, que faz o aluguel de equipamentos de infraestrutura para grandes obras, apresentava uma pendência financeira no contrato firmado com a CAP S/A. Porém, o acordo com a Mills foi fechado e o Atlético apresentou as notas referentes a este valor restante para que, assim, o banco estadual pudesse fazer o repasse.
A partir de agora, para que o Atlético consiga receber o segundo repasse da Fomento Paraná – de aproximadamente R$ 13 milhões-, previsto para o dia 17 (quinta-feira que vem), será preciso, além de comprovar a execução dos marcos da obra, também realizar as duas condicionantes que constam no contrato. O aumento do capital da CAP S/A nas obras de remodelação do estádio e a conclusão do convênio com o Banco do Brasil são as condições existentes no contrato e que ainda não foram cumpridas pelo Atlético. Somente depois disso é que a instituição financeira estadual poderá fazer o próximo repasse.
Desnecessário
O secretário municipal da Copa do Mundo, Reginaldo Cordeiro, afirmou que ainda não pode ser mensurado os efeitos que a paralisação impactou nas obras. Entretanto, Cordeiro afirmou que a paralisação foi precipitada por parte dos funcionários. “Houve uma precipitação nessa paralisação por conta da promessa que existia da Fomento Paraná em dar cobertura para ter esse valor necessário para pagar as pessoas. Teve um movimento de poucas pessoas, o valor foi pago e eles voltaram a trabalhar normalmente”, frisou o secretário.
Ele frisou ainda que a carta enviada do diretor de construção da Arena, Luiz Volpato, direcionada ao presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, solicitando a paralisação nas obras por falta de segurança, foi desnecessária. “Temos que partir do princípio que não se corre risco. Foi uma manifestação sadia, transparente e decente. Não há preocupação quanto a segurança, pois os trabalhadores são pessoas do bem, mas que querem apenas os seus salários por terem seus compromissos. Foi uma pressão talvez, para que a Fomento liberasse os recursos. Mas a CAP S/A precisa cumprir suas obrigações do contrato e comprovar os marcos alcançados na obra do estádio”, arrematou Cordeiro.
Greve
Ontem, cerca de 30 funcionários da A.A. Camargo resolveram cruzar os braços pelo atraso nos salários. Eles já haviam parado de trabalhar na segunda-fe,ira pelo mesmo motivo. O diretor Anderson Camargo confirmou que recebeu os recursos do Atlético, mas como houve um atraso no repasse, a empresa também atrasou o pagamento dos salários, mas tudo já está acertado e os funcionários devem voltar ao batente normalmente na segunda-feira.
