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Estádio com capacidade para 45 mil torcedores, ganharia tobogãs atrás dos gols e custaria R$ 42 milhões. continua após a publicidade |
Se os quase 33 mil torcedores já fizeram uma festa histórica na sexta-feira contra o Criciúma, imagine se o Couto Pereira tivesse 45 mil lugares, modernizado e com tobogãs atrás das metas? O conselheiro Celso Moreira pensou nisso e lança a reformulação do Alto da Glória como principal meta de campanha para a presidência do clube. O custo da empreitada giraria em torno de R$ 42 milhões e seria bancado pelo próprio Alviverde e por investidores interessados em explorar uma área comercial de 12 mil metros quadrados. Depois de iniciadas, as obras estariam prontas em dois anos sem a necessidade do time sair do local.
?A minha idéia era tocar um projeto que já tinha sido aprovado na Prefeitura, mas um grupo de engenheiros me procurou oferecendo um novo projeto?, revelou Moreira. De acordo com ele, os profissionais, que não querem ser identificados, ainda, queriam construir um estádio em outro local, mas foram convencidos a reestruturar o Couto, local central e mais do que identificado com a torcida coxa-branca. ?Fiz a cabeça deles para adaptarem o projeto ao Alto da Glória e pedi para eles criarem os tobogãs. Seria uma verdadeira arena para a nossa torcida estar mais próxima do campo de jogo e incentivar ainda mais nosso time?, destaca.
As outras alterações significativas seriam a demolição das atuais retas da Mauá e a onstrução de novas arquibancadas, incluindo aí o tão-sonhado terceiro anel. ?Também com a criação ali de uma faixa de camarotes e outra para as cabines de imprensa?, aponta. Desse lado, o estádio avançaria 1,5 metro em direção à rua, conforme projeto já aprovado na Prefeitura. Fora isso, as arquibancadas descobertas seriam cobertas com material translúcido para não prejudicar a luminosidade do Couto Pereira.
Por fora, o estádio ganharia um verdadeiro banho de loja. ?Construção de quatro torres para sustentação de toda a cobertura, bem como quatro grandes espaços comerciais na base destas, sendo estas torres externamente em vidro verde. Em toda a Rua Mauá e Amancio Moro também haverá espaços comerciais em sua extensão?, projeta Moreira. No atual estacionamento, há previsão de construção de um estacionamento vertical e até de um shopping center, que seriam tocados pelo investidor, com o clube ganhando parte dos lucros.
Já existem interessados em formar parceria
Mesmo com a grandiosidade do projeto, Celso Moreira afirma que reformular o Couto Pereira nos moldes propostos é possível. Através de parcerias. Na visão dele, esse é o único meio de se conseguir parte dos R$ 42 milhões necessários para deixar o Alto da Glória mais moderno e funcional. ?Essas parcerias são comuns para quem não tem dinheiro e é assim que as coisas são feitas hoje em dia?, diz o conselheiro e candidato à sucessão de Giovani Gionédis, ex-aliado político.
De acordo com Moreira, já existem interessados em formar a parceria. ?Semana passada ficamos em reunião duas tardes inteiras e eles pediram mais detalhes do projeto, como a área útil?, revela. Para atrair os investidores, o clube cederia a área comercial para ser explorada. ?Vai ser contratada uma empresa para calcular por quanto tempo teríamos que ceder o espaço para o parceiro poder ter lucro. Claro que durante esse tempo, o clube também teria direito a uma porcentagem?, garante.
No espaço comercial, a idéia é ter três ou quatro lojas âncoras, que seriam as maiores responsáveis por atrair a maior parte do público consumidor. Em volta delas, espaços menores para outros tipos de comércio, além de clínicas, consultórios e academias voltadas para a área esportiva. A churrascaria, a sede de uma torcida organizada, a padaria e um bar que estão no local seriam realocados nesse mesmo centro comercial, conforme negociação com os envolvidos.
75 anos de história e muitas glórias
Inaugurado em 15 de novembro de 1932, o, então, Belfort Duarte ainda espera pela sua conclusão definitiva. Já como Couto Pereira, em 1977, o estádio do Coritiba ganhou a feição que tem até os dias de hoje. Tirando algumas reformas em determinados setores, como a criação de praças de alimentação e a colocação de cadeiras na atual gestão, a torcida espera a finalização das obras. Projetos, maquetes e anúncios foram feitos dos mais variados tipos, mas por enquanto a torcida continua tendo alegrias e tristezas no velho Alto da Glória.
No final dos anos 90, um projeto aprovado na Prefeitura previa a conclusão do terceiro anel com o avanço de 1,5m na calçada da Rua Mauá, além da cobertura das arquibancadas. Uma maquete foi exposta na secretaria do clube e virou promessa de campanha, mas ficou só na promessa. Este ano, o presidente Giovani Gionédis revelou a intenção de construir um novo estádio no Tarumã (onde se encontra o Pinheirão) ou em outro lugar. Tudo bancado por investidores internacionais.
Quem viu o projeto diz que o estádio é uma maravilha, mas necessitaria de mais de R$ 400 milhões e ninguém sabe ainda quem estaria interessado em bancar a obra. Também não ficou bem explicado o que seria feito com o Couto Pereira. Quase ao mesmo tempo, o formando de arquitetura, Daniel Artigas, elaborou um projeto de conclusão de curso para um complexo no Alto da Glória chamado Evangelino Neves. Apesar da modernidade, o problema seria a atual construção, que teria que ser demolida e alguns imóveis ao redor serem comprados para dar vazão ao projeto.