O negócio do Corinthians parece estar fazendo água

Um pré-contrato deixado de lado, sem importância, o principal interessado no negócio, o iraniano Kia Joorabchian, bem longe, em Londres, e uma comissão criada pelo Conselho Deliberativo para definir os últimos detalhes da proposta de parceria que, após mais de uma semana de existência, sequer se reuniu e nem tem data marcada para isso. Assim caminha o acordo entre Corinthians e o grupo estrangeiro MSI.

Ao contrário do otimismo mostrado pelo executivo iraniano na entrevista coletiva de segunda, a negociação mostra indícios claros de enfraquecimento. “A comissão não se reuniu porque o clube ainda não recebeu prova de que a MSI realmente está constituída”, explica o vice-presidente Antonio Roque Citadini, um dos oito integrantes do grupo que ficou responsável pela tarefa de definir as cláusulas do contrato de parceria. “Só a partir dessa informação começamos a pensar em negociar”, afirmou o dirigente.

O pré-contrato, assinado dia 5 de agosto, teria sua validade vencida daqui a dois dias. Nos bastidores, entretanto, o documento sequer vem sendo considerado. Tanto é verdade que os advogados contratados pelo iraniano estavam hoje no Parque São Jorge tentando definir o esboço da nova proposta que seria encaminhada aos oito representantes do Conselho.

Tiroteio

Em entrevista à rádio Jovem Pan, dois conselheiros corintianos expuseram suas opiniões. Para o juiz Miguel Marques e Silva, se a parceria for realmente boa para o clube, ela será aprovada. No entanto, é preciso acompanhar o desenrolar do caso e avaliar o teor do contrato para dar uma resposta definitiva.

“O pré-contrato é muito frágil, mas não é porque estão dando nos jornais que o dinheiro poderia ser ilícito que temos que acreditar. Dependemos de provas para votar contra ou a favor. Vamos analisar se há alguma cláusula que possa posteriormente prejudicar o Corinthians. Se houver algum problema do ponto de vista jurídico, vamos apontá-lo”, disse, temeroso quanto ao fechamento do acordo.

Para o médico Jorge Kalil, a parceria é muito boa para o clube. “Ontem (segunda), o Kia falou claramente que o Boris (Barezovski, político russo que estaria envolvido com a máfia) não participa do negócio. As pessoas que não querem o bem do clube estão fazendo acusações infundadas. Até agora nada foi provado contra o grupo. Se algo ficar comprovado, eu mudo de opinião”, afirmou.

Para Kalil, é preciso mais tempo para analisar todas as condições do acordo. “O que temos são cláusulas iniciais. É como se fosse um matrimônio, que antes tem a fase da paquera, do namoro e do noivado. Hoje ainda estamos na fase de namoro. Mas tenho plena convicção de que o casamento será selado, pois será benéfico ao Corinthians”, garantiu.

Paralelo a isso, existe uma frente no Parque São Jorge que deseja o impeachment do presidente Alberto Dualib. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, esse grupo estaria sendo liderado pelo deputado estadual (PPS-SP) e delegado Romeu Tuma Júnior.

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