José Mourinho foi apresentado oficialmente nesta segunda-feira como novo técnico do Chelsea, clube que já dirigiu com sucesso anteriormente. Agora, porém, o treinador português chega a Londres mirando um período de estabilidade para o time após uma década de constantes mudanças de comando em Stamford Bridge.
Em sua primeira entrevista coletiva desta sua segunda era como comandante da equipe inglesa, Mourinho foi menos prepotente do que na sua primeira apresentação ao clube, em 2004, quando descreveu a si próprio como o “Special One”. Desta vez, ele se declarou como “o mais feliz” ao comentar a segunda chance que terá à frente do Chelsea.
“Eu sou o mais feliz. O tempo voa. Olho para trás e parece que se passaram alguns dias, mas foi há nove anos que eu estive aqui. Sou a mesma pessoa, tenho o mesmo coração e ainda amo o que eu faço e o futebol. Se eu tiver que me descrever, eu diria que sou uma pessoa muito feliz. É a primeira vez que chego a um clube que eu já amei”, ressaltou Mourinho, nas primeiras palavras da entrevista coletiva desta segunda.
Mourinho assinou um contrato de quatro anos com o Chelsea, pelo qual ganhou dois títulos do Campeonato Inglês, um da Copa da Inglaterra e dois da Copas da Liga Inglesa entre 2004 e 2007. E, ao retornar ao time, ele assegurou que o seu relacionamento com o proprietário do clube, Roman Abramovich, não foi abalado depois de ter deixado a equipe abruptamente para assumir a Inter de Milão no começo da temporada 2007/2008 do futebol europeu.
De lá para cá, sete técnicos dirigiram o Chelsea durante o período em que Mourinho teve uma passagem vitoriosa pela Inter e depois se transferiu para o Real Madrid, de onde saiu após um período turbulento e de conflitos internos. “Estamos prontos para trabalhar juntos e temos muito mais condições agora para ter sucesso e ter o que este clube quer, que é estabilidade”, disse Mourinho para mais de 200 jornalistas na coletiva realizada em Stamford Bridge.
Temperamental e polêmico, Mourinho também assegurou que chega ao Chelsea em uma fase mais light de sua vida, agora com a experiência dos seus 50 anos de idade. Questionado sobre o seu temperamento, o treinador respondeu nesta segunda: “Se estou mais calmo agora? Acredito que sim”.
“Estou melhor para gerir as minhas emoções, mais calmo nas vitórias e menos deprimido nas derrotas”, disse o treinador. Ele também aproveitou a entrevista coletiva para tirar de suas costas o peso de não ter conseguido conquistar a Liga dos Campeões anteriormente pelo Chelsea, diferentemente do que aconteceu com ele no comando de Porto e Inter de Milão, com os quais levou o título europeu respectivamente em 2004 e 2010.
“A Liga dos Campeões não pode ser uma obsessão para mim porque eu fui feliz ao conquistá-la duas vezes. E não acho que é uma obsessão para o Chelsea porque o Chelsea já conquistou este título”, disse o treinador, se referindo ao fato de que a equipe inglesa se sagrou campeã europeia na temporada 2011/2012.