Carlos Arthur Nuzman, 70, entende que ficou mais fortalecido após ser reeleito pela quinta vez no comando do COB. O cartola está no poder desde 1995 e vai ficar no cargo até (pelo menos) 2016, embora já tenha sinalizado que pode continuar depois disso.
“Quem é eleito sai forte”, disse Nuzman, que participou hoje do evento “As Oportunidades de Negócios para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016” na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista.
“Toda eleição é uma experiência nova. É a evolução do mundo e da sociedade. Fiquei contente com o resultado.”
O encontro começou com uma apresentação sobre o projeto dos Jogos do Rio-2016 e o impacto da realização do evento na capital fluminense e no país. Nuzman falou aos jornalistas durante um intervalo do evento.
“Ele [Aldo Rebelo] já falou isso. O mérito do trabalho é medido pelo que você faz e não pelo tempo. O que posso dizer é que a minha relação com ele é ótima e vamos trabalhar juntos”, disse Nuzman, ao ser questionado sobre a opinião contrária do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, à permanência de dirigentes esportivos em seus cargos por longos períodos.
Em setembro, Rebelo disse que é a favor da alternância de poder nas confederações esportivas. Sem citar nomes, ele disse inclusive que o programa de incentivo a atletas olímpicos passaria a exigir contrapartidas das entidades que recebem dinheiro público, entre elas a renovação no poder.
Nuzman, que também é presidente da Comitê Organizador da Rio-2016, minimizou ainda o escândalo sobre o furto de documentos da organização dos Jogos de Londres-2012.
“A gente já falou tanto isso. O que tinha que ser feito, foi feito. As pessoas foram demitidas [dez funcionários], e o Locog (comitê organizador de Londres) recebeu a documentação.”
Divergência
Sobre o encontro na Fiesp, Nuzman ressaltou que o trabalho para os Jogos do Rio-2016 está dentro do previsto e disse contar com a colaboração da Fiesp.
“É a segunda vez que venho à Fiesp para me reunir com o Conselho. Vão ter outras reuniões e o grupo de trabalho é muito importante para ter colaboração direta em todas as áreas que a Fiesp possa ajudar.”
O discurso vai na contramão de declarações do vice-presidente da Fiesp, José Carlos de Oliveira Lima, que demonstrou preocupação com o cronograma.
“Resolvemos conversar com o comitê para ver quais são os projetos para 2016. Estamos preocupados em relação ao andamento das obras e sobre material humano. A questão de mobilidade urbana está atrasada assim como os aeroportos. Temos que começar a trabalhar o quanto antes. Quanto mais perto dos Jogos mais caras as obras ficarão e isso a gente não quer. O que nós queremos é um projeto.”