A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) divulgou nesta quinta-feira uma carta, enviada por Carlos Arthur Nuzman ao Comitê Olímpico Internacional (COI), na qual o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) cobra a entrega da medalha de bronze que as atletas da equipe brasileira do revezamento 4x100m dos Jogos de Pequim-2008 herdaram devido a um caso de doping que envolveu uma atleta da Rússia. O time russo então foi campeão da prova na competição realizada na China.

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O quarteto do Brasil terminou aquela final em quarto lugar e, com a desclassificação da equipe russa, herdou a medalha de bronze conquistada na pista pela equipe da Nigéria. Assim, as nigerianas consequentemente ficaram com a prata e a Bélgica, segunda colocada, com o ouro.

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A atleta flagrada no teste antidoping foi Yulia Chermoshanskaya, que acabou testando positivo para duas substâncias proibidas em reanálises de exames refeitos com as amostras do material colhido em Pequim-2008. Estas reanálises foram realizadas na esteira da polêmica envolvendo o grande escândalo de doping que abalou o esporte da Rússia e tirou toda a equipe de atletismo do país da Olimpíada do Rio.

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As substâncias proibidas encontradas nos reexames foram estanozolol e turinabol e, como resultado, os resultados de todo o time russo no revezamento 4x100m dos Jogos de Pequim foram cancelados, assim como a entidade obrigou as russas a devolverem suas medalhas de ouro.

Quarto colocado na pista na Olimpíada realizada na China, o Brasil contou com uma equipe formada por Rosângela Santos, Thaissa Presti, Lucimar Moura e Rosemar Coelho. E, na carta enviada na última quarta-feira, Nuzman indaga ao COI o seguinte: “Considerando que, naquela ocasião, a equipe feminina do Brasil ficou em quarto lugar na mesma competição, gostaríamos de saber quando as atletas do Brasil irão receber suas medalhas de bronze, pins e diplomas correspondentes (por terem herdado a terceira colocação)”.

A punição à equipe russa no revezamento 4x100m de Pequim-2008 foi anunciada pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) apenas no último dia 16 de agosto, em meio à disputa dos Jogos Olímpicos do Rio.

A opção do COI de manter as amostras de exames por dez anos tem como objetivo, por sua vez, permitir que a ciência avance e, assim, consiga detectar substâncias que, em 2008, conseguiam driblar os controles antidoping.