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Novo técnico do Palmeiras, Felipão terá como desafio recuperar medalhões

A terceira passagem de Luiz Felipe Scolari pelo Palmeiras começa na próxima semana com a expectativa sobre a maneira como o novo comandante poderá resgatar alguns jogadores em baixa. O treinador terá como uma das preocupações mexer com os ânimos de atletas como Dudu e Lucas Lima, que andaram apagados nos últimos jogos sob a batuta de Roger Machado.

A diretoria trocou o comando da equipe com o objetivo de obter melhores resultados a partir da evolução de atletas que estão abaixo das expectativas. A chegada de Felipão reanima o grupo e resgata algumas disputas por posição. Isso também pode tirar da zona de conforto alguns jogadores acomodados.

O novo treinador não fez grandes exigências ao acertar o contrato de dois anos e meio. O Palmeiras quis estabelecer o valor da rescisão por ser de praxe no clube com os técnicos. Felipão no primeiro momento não queria multa, para depois combinar que um possível acerto seja o pagamento extra de um mês de salário.

Nesta sexta-feira, os dois auxiliares de Felipão, Paulo Turra e Carlos Pracidelli, estiveram na Academia de Futebol. A dupla acompanhou o trabalho do elenco e começou a se adaptar ao ambiente. Por enquanto, o Palmeiras será dirigido pelo interino Wesley Carvalho, treinador do sub-20. É ele que estará à frente do time no domingo, contra o Paraná, no Allianz, pelo Brasileirão. Felipão terá algumas informações do grupo de jogadores.

Ele vai se reencontrar com um antigo jogador seu dos tempos do Grêmio. O atacante Dudu vive um momento de instabilidade no Palmeiras e causa preocupação. Ele queria ser vendido. Sob o comando de Felipão, em 2014, teve boa fase em Porto Alegre. Naquela época as atuações renderam alta cotação na janela de transferências para o ano seguinte. O trio de ferro da capital paulista travou duelo nos bastidores para tentar a contratação do atacante.

No Palmeiras, Dudu perdeu o posto de capitão nos últimos meses e ficou frustrado com a recusa do clube em vendê-lo ao Shandong Luneng, da China. A oferta era tentadora, com salários perto dos R$ 2 milhões. O Palmeiras não o liberou por entender que ele é importante ao time. Dudu desabafou nas redes sociais e irritou a torcida. Nas duas últimas partidas, suas atuações foram discretas.

O cuidado com Dudu será importante, pois a diretoria recusou a proposta por considerar que não havia no elenco alguém com as mesmas características do atacante. O jogador assinou em março renovação de contrato, com aumento salarial.

Ele passa a ser uma das preocupações de Felipão. Outro desafio do técnico de 69 anos será Lucas Lima. O meia trazido do Santos vive período de baixa. A temporada pouco animadora não lhe ajudou a recuperar espaço na seleção, como era pretendido por ele ao mudar de clube.

Há outro mistério sobre a preferência de Felipão em relação ao gol do Palmeiras. Roger tratou as três opções principais como de mesmo nível. Por isso, começou o ano com Jailson, deu espaço para Prass e, no fim, analisou que Weverton era o mais preparado para ser titular.

Felipão passará pelo mesmo dilema de escolher qual dos três merece ser fixado na posição. A escolha vai ter a participação direta de Carlos Pracidelli, ex-preparador de goleiros do Palmeiras e da seleção brasileira, além de bastante experiente na função. Ele agora é auxiliar.

AMBIENTE POLÍTICO MAIS CALMO – A decisão do Palmeiras de trocar de comando e escolher um técnico experiente foi motivada por muita pressão nas alamedas do clube. Conselheiros, dirigentes e parte da torcida pediam a saída de Roger Machado. A escolha de Luiz Felipe Scolari se transformou em uma maneira de acalmar o ambiente político.

O presidente Maurício Galiotte vai disputar em novembro a reeleição e conta com um título neste segundo semestre para conseguir tranquilidade para ganhar a disputa. Em 2017, o primeiro ano da sua gestão, o Palmeiras não levantou taça. No pleito, os adversários devem ser antigos aliados. Um dos atuais vice-presidentes, Genaro Marino, desponta como principal opositor.

Galiotte era um defensor da atuação de Roger por acreditar no trabalho de treinadores mais jovens, como havia feito no começo de 2017 com Eduardo Baptista, contratado para substituir Cuca. Quando o time passou a ir mal e as tensões políticas aumentaram, o cenário mudou. A diretoria considerou ser mais adequado trocar o perfil do comando e contar com um profissional mais experiente e com currículo vitorioso no Palmeiras.

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