Foto: Orlando Kissner/Tribuna
Meia não joga mais no
Brasileirão e caiu em desgraça
com o técnico Barbieri.

O meia Thiago Neves está fora do Brasileirão. Não por lesão ou suspensão, mas por novo ato de indisciplina.

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O jogador chegou mais uma vez atrasado ao treino, foi afastado pelo técnico Luiz Carlos Barbieri e a partir de hoje ?reforça? o time de juniores. ?Ele precisa decidir o que quer da vida?, disparou Barbieri, inconformado com a atitude do garoto, apontado como a maior revelação do Paraná Clube nos últimos anos.

Uma aposta que até o momento não vingou. Thiago teve atuações discretas no Parananese. Mesmo diante

da reformulação do elenco, o meia se manteve como o camisa 10 da Vila, iniciando o Brasileiro como titular absoluto. O primeiro deslize não tardou. Na véspera da segunda rodada, chegou atrasado ao treino e foi barrado pelo então técnico Lori Sandri. Ficou no banco de reservas frente ao

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São Paulo e precisou trabalhar forte para recuperar a posição.

Novamente titular, Thiago Neves sempre deixou transparecer um certo desconforto com a ?marcação cerrada? de Lori. Em agosto, um novo atraso fez com que o relacionamento entre ambos se tornasse insustentável. Thiago Neves foi para o banco de reservas e só voltou a ser titular com a chegada de Luiz Carlos Barbieri ao clube.

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O novo técnico, porém, nunca se mostrou plenamente satisfeito com o rendimento do meia. Com a chegada de reforços, Thiago assou a ser apenas uma opção de banco, quando muito.

Só que Éder não conseguiu manter o ritmo e Barbieri decidiu dar nova oportunidade ao prata da casa. Efetivou Thiago Neves a partir do jogo frente ao Santos e antecipou que ele seria titular até o término da competição. Mesmo sem mostrar bom futebol frente a Santos e Flamengo, seria titular diante do Cruzeiro. Tudo mudou com o novo ato de indisciplina do atleta. ?Ele traiu a minha confiança?, desabafou Barbieri. ?Eu vinha conversando muito com ele, orientando para que ele se aprimorasse não só dentro de campo, mas também na sua vida pessoal?, revelou o treinador.

Barbieri não questiona o talento de Thiago Neves. ?Habilidade ele tem. Mas, só isso não basta. É preciso se entregar à profissão.?

O técnico não afirmou com todas as letras, mas deixou nas entrelinhas que o meia só será utilizado na próxima temporada – o contrato de Barbieri vai até abril – se reconquistar a sua confiança no dia a dia. ?Tô muito chateado. Depois, o jogador diz que a culpa é do comandante. Mas, entra técnico, sai técnico e a história se repete. Quem está errado??.

O presidente José Carlos de Miranda deu total apoio à comissão técnica, mas acredita que o problema se resolve com um bom diálogo. ?Já lidei com muito menino rebelde.

É preciso dar tempo ao tempo?. Já o empresário Luiz Alberto Martins de Oliveira, proprietário da L.A. Sports -empresa que detém 50% dos direitos econômicos do atleta -, não demonstrou a mesma tranqüilidade. ?Estou muito bravo com o Thiago.

O comportamento dele me causa revolta?, afirmou.

Luiz Alberto lembrou que a sua empresa deu todo o apoio ao jogador quando os primeiros problemas surgiram, inclusive comprando um Peugeot para Thiago Neves. ?Não posso falar mais nada em defesa do jogador. Acho que teremos que adotar com ele um regime militar.? Luiz Alberto admite retirar o carro do jogador, como forma de punição. ?Sempre o tratei como um garoto desligado, hoje, acho que ele é irresponsável?, finalizou.

Thiago ainda tenta se desculpar

Quando Thiago Neves chegou à Vila Capanema, o coletivo corria solto há 20 minutos. O técnico Luiz Carlos Barbieri não pensou duas vezes, orientou o preparador físico Wilian Hauptman entregar um par de tênis ao meia e limitá-lo a um treino físico. Ao sair, Thiago Neves disse que ?preferiu? só correr, porque senão teria que treinar como segundo volante no time suplente. ?É mentira. Ele foi barrado do treino e está fora do campeonato?, disse Barbieri.

Os números de Thiago Neves não são bons neste Brasileiro. Foi titular em apenas 21 jogos – o que corresponde a um turno – e, destes, só ficou em campo durante os 90 minutos em quatro oportunidades. Nos outros 17 jogos, acabou substituído, algumas vezes ainda no intervalo. Thiago Neves ficou no banco de reservas onze vezes, mas só foi utilizado um oito jogos. Pior, o meia fez apenas três gols em toda a competição, o último deles na 11.ª rodada, frente ao Figueirense, no dia 9 de julho.

Essa instabilidade combinada aos atos de indisciplina praticamente jogam por terra as possibilidades

de uma transferência para o exterior. L.A. Sports e Paraná Clube jogavam suas fichas em Thiago Neves como fonte de renda nesta virada de ano. Recentemente, empresários de Portugal e França estiveram observando o rendimento do jogador e as transações não evoluíram.

Último jogo do Nescau

O Paraná faz no domingo – às 16h, no Pinheirão – seu último jogo em casa neste Brasileirão.

O duelo com o Cruzeiro é também o último da promoção ?Torcer pelo seu time faz bem?, da Nestlé. O clube espera mais uma vez casa cheia, diante da boa participação do torcedor paranista nesta competição.

Nos quatro jogos anteriores, o Tricolor só não obteve lotação máxima frente ao Figueirense (16.253). Contra Vasco, Fluminense e Paysandu, foram registrados 23.185 pagantes.

Para o jogo de domingo, além dos postos tradicionais, o Paraná também disponibilizou um ponto de troca na Loja Tricolor, no Big das Torres.

O processo é o mesmo, uma lata de Nescau (400g), que custa aproximadamente R$ 3,00, vale um ingressos.

O torcedor pode fazer a troca nos seguintes supermercados: Big (Xaxim e Bacaheri), Condor (Santa Cândida,

São Francisco e Bigorrilho), Mercadorama (Juvevê), Muffato (Portão) e Carrefour (Pinhais). A promotora do evento não divulgou parciais, mas ainda há ingressos em todos os postos de troca.

A promoção ajudou a alavancar substancialmente a média de público do Tricolor. Nos quatro jogos da Nestlé, a média do Paraná foi de 21.452 torcedores. Quatro vezes a média alcançada nos outros dez jogos realizados no Pinheirão com cobrança normal de ingressos.

Para o presidente José Carlos de Miranda, não é apenas o preço mais acessível que atrai o torcedor. ?Trata-se de um público diferenciado.

As famílias sempre estão presente nesses jogos da Nestlé?, comentou. ?Talvez seja um fenômeno só explicado pela capacidade da empresa em divulgar o produto na mídia e o interesse do público por saber que se trata de uma ação social?, disse. Por cada jogo da promoção, o Paraná recebe uma cota livre de R$ 62.500,00.