Cléber volta a ser o dono da camisa 1 com a suspensão de Diego. |
O efeito Osvaldo Alvarez já pôde ser sentido no CT do Caju. Saíram o esquema 4-4-2 e os pedidos de reforços e entraram o sistema 3-5-2 e a confiança nos atuais jogadores. Com a mudança de filosofia, o elenco voltou a sorrir, os bons resultados apareceram e a expectativa é de que o time reencarne o espírito do verdadeiro Furacão para disputar os títulos do campeonato paranaense e da Copa do Brasil.
“O professor Vadão deu uma motivação a mais, mudou o esquema do nosso time, que vinha jogando no 4-4-2 para o 3-5-2, e, com isso, o astral do grupo mudou e os jogadores estão mais tranqüilos agora”, resume o zagueiro Rogério Correia. Nenhum deles questiona o trabalho de Heriberto da Cunha, mas o entrosamento entre o grupo de jogadores e o novo técnico é latente. “As vitórias acabam vindo e isso é muito bom”, diz.
A opinião é corroborada pelo companheiro de zaga, Ígor. “O Vadão todos já conheciam. O estilo dele, como ele gosta de trabalhar e como deve agir dentro de campo e fora de campo, sem comentário. O Vadão é um cara que conversa muito e deixa todos para cima”, dispara. Para ele, essa nova fase já poderá ser sentida na partida de domingo contra o Roma. “Acho que cada jogador tem que estar adquirindo a sua confiança, voltando a jogar aquele futebol que todos conhecem e o torcedor agora vai poder sentir a emoção e o coração que nós vamos colocar dentro de campo.”
A virada na fase do time promete ser coroada já no domingo. O time vai em busca da vitória e da vantagem na próxima fase. “Além disso, é bom manter a seqüência vitoriosa e cada jogador sabe de sua responsabilidade e sabe que a torcida cobra porque nós temos condições de mostrar um futebol melhor”, analisa Ígor. Segundo ele, a equipe está amadurecendo e cada atleta que entra no time está fazendo a sua parte.
O meia Fabrício também comemora a vinda de Vadão. “O professor Vadão é bastante rígido, vitorioso, já conhece o grupo e, com certeza, vai acrescentar muito para a gente.” O atleta vem recebendo a oportunidade de se firmar na ala-esquerda do time e tem mostrado cada vez mais um futebol condizente com a sua qualidade. “A minha preferência é jogar no meio, mas o professor ele dado a liberdade nesse esquema que a gente tem jogado e tudo tem dado certo”, finaliza.
Time para amanhã só tem mudança no gol
O técnico Osvaldo Alvarez, do Atlético, vai manter praticamente a mesma formação e o sistema de jogo para enfrentar o Roma, na última rodada da primeira fase do Campeonato Paranaense. Fica o sistema 3-5-2 e a única novidade será a presença de Cléber no gol, já que o titular Diego cumprirá suspensão automática pela expulsão no jogo contra a Portuguesa. A partida está programada para amanhã, às 15h30, na Arena.
Após sua estréia dirigindo o time na Copa do Brasil, Vadão observou o melhor equilíbrio do time nas adversidades. “O grupo teve uma melhora em algumas coisas nesse último jogo. Quando eu cheguei diziam que o time estava abatido, sofrendo muita pressão e lá (contra a Tuna Luso) foi o contrário. Esteve duas vezes atrás do resultado e conseguiu buscar”, analisa.
Contra o Roma, o pedido de respeito será mantido. Assim como a Tuna Luso deu trabalho na quarta-feira, o time do interior vem para disputar uma vaga à próxima fase e não vai amolecer o jogo. “É um time novo, que revela muitos jogadores e todo cuidado será pouco.” A única baixa para esta última partida da fase de classificação será o goleiro Diego. Em seu lugar, entra Cléber e as demais posições permanecerão as mesmas que enfrentaram a Lusa e a Tuna Luso.
Ameaça de agressão à “imprensa fedida”
Os menos desavisados podem pensar que a redução do preço do ingresso na partida de amanhã, entre Atlético e Roma, na Arena, é sinal dos novos tempos, uma medida democrática para conseguir maior arrecadação. Em parte. A medida tem outros objetivos, rasteiros e estranhos para quem explorou os torcedores nos últimos cinco anos, transformando a política do alto preço em doutrina imutável.
Os preços populares, R$ 10,00 a qrquibancada, R$ 5,00 mulheres e estudantes e ingresso livre para menores de 12 anos – como fazem todos os outros clubes no Brasil – têm por objetivo também levar mais gente à Arena para apoiar um protesto contra parte da “imprensa fedida” – ou toda ela, segundo, os comunicados entre seus mentores, escritos com um português de muro de enchente.
O motivo são as críticas dirigidas à atual administração do Rubro-Negro, que depois de ser campeão brasileiro, foi mal no campeonato nacional do ano passado e no atual Paranaense esteve perto de não se classificar para a segunda fase do estadual.
O movimento é orquestrado por ex-dirigentes de torcidas e internautas, com o conhecimento da direção do clube. O pedido para a redução nos preços foi iniciado há alguns dias. Nem seus autores acreditavam na possibilidade, embora achassem que a diretoria poderia adotar a medida “para fazer um agrado à torcida, já que o bicho está pegando pro lado dele” (referindo-se ao presidente do clube). “A diretoria aceitou, mesmo achando que ainda estaria longe da proposta inicial.”
Com o caminho livre, a “equipe” passou a produzir panfletos (a serem distribuídos amanhã nas cabines de rádio) e faixas de protestos (a serem colocadas nos alambrados). “Os seguranças do clube não seram (sic) problema, mas sim a polícia, que pode querer tira-la. Colocaremos uma e vemos (sic) se a polícia não vai tirar… Se não tiver problema, colocaremos todas, um bom motivo para agrutinarmos (sic) todos os integrantes…”.
O movimento não tem o apoio da torcida Os Fanáticos (“conheço as figuras”, diz o comunicado). E, além de protestar contra a imprensa, o grupo vai escrever mensagens de apoio aos jogadores. O manifesto “contra as rádios está pronto”. Mas a intenção é ir além de protesto ou manifesto. O movimento prega agressão, se for necessário. “Os caras, imprensa fedida, não pararão de criticar até lá (Copa do Brasil, se o ingresso não fosse reduzido no dia de amanhã) ou até em um estado de última instância. Pegar alguém para cristo (sic) e dar um pau bem dado. Que tal começar por aquele nanico babaca da Tribuna? Alguém de habilita?”, pergunta o comunicado aos componentes do grupo.
O movimento é orquestrado por fiéis seguidores do presidente do clube. A Tribuna acompanha esta troca de e-mails há algum tempo. Estão todos arquivados, com identificação de remetente e destinatário. Alguns estão até assinados formalmente, pois foram enviados de empresas onde os emissores exercem suas atividades profissionais e empresariais. Assim, todos os responsáveis por qualquer problema que venha a acontecer podem ser facilmente identificados.