“Jogar contra Novak é sempre um grande desafio. Toda vez que tenho uma chance de vencê-lo, estou jogando no meu limite. Tenho certeza de que você vai ganhar aqui no futuro”, disse Rafael Nadal, durante a cerimônia de premiação de seu nono título de Roland Garros no ano passado. A previsão do espanhol sobre o sérvio Novak Djokovic parece estar perto de se concretizar. Tenistas do mundo todo entram em ação a partir deste domingo no saibro de Paris e o número 1 do mundo chega como grande favorito por estar fazendo uma temporada brilhante.
Os números estão a favor do líder do ranking, que sonha com o único troféu que falta para a sua extensa coleção. Em grande fase, Djokovic soma 22 jogos de invencibilidade no circuito, além de um de simples e outro de duplas na Copa Davis. Sua última derrota foi no dia 28 de fevereiro, quando sucumbiu diante de Roger Federer na final em Doha. E algumas vitórias da temporada foram conquistadas diante de rivais de peso: Andy Murray (três), Federer (duas) e Nadal (uma).
Em sete torneios disputados no ano, o sérvio levantou cinco troféus. O título mais importante foi o pentacampeonato no Aberto da Austrália, que o sagrou o maior vencedor do Grand Slam de Melbourne na Era Aberta. Os outros são de nível Masters 1000 (Roma, Montecarlo, Miami e Indian Wells) e reiteram a supremacia do tenista, que é número 1 ininterruptamente desde 7 de julho de 2014. A primeira vez que encabeçou a lista foi em 4 de julho de 2011 e desde então só oscilou nos dois primeiros postos.
Com estilo agressivo e controle emocional, “Nole” mostra solidez no fundo de quadra e exige preparo físico dos adversários, protagonizando ralis que levam os tenistas à exaustão.
Apelidado de “Touro Miúra” por sua força física, Rafael Nadal é um dos poucos tenistas que fazem frente ao sérvio nesse quesito. No entanto, o espanhol ainda não conseguiu convencer nesta temporada e tem vivido à sombra de seu passado. Com o sétimo lugar no ranking, ele amarga sua pior posição em 10 anos. Apesar disso, é dono de nove títulos quase consecutivos em Roland Garros (exceto 2009) e soma 66 triunfos e apenas uma derrota em Paris.
O “rei do saibro” acabou com o sonho de Djokovic nos últimos três anos – venceu duas finais (2014 e 2012) e uma semi (2013). Mas desta vez eles podem se encontrar nas quartas, já que Nadal é apenas o sexto cabeça de chave. O retrospecto total ainda é favorável ao tenista espanhol, que tem 23 vitórias contra 20 do rival, mas o sérvio leva vantagem nos últimos tempos e contabiliza seis triunfos em 10 encontros. “Rafa é sem dúvida um dos favoritos. Acredito que continua sendo capaz de jogar o seu melhor tênis no saibro de Paris. O histórico fala mais do que o seu nível atual”, disse Djokovic.
A estreia não deve ser um problema para nenhum dos dois. Djoko inicia sua campanha contra o finlandês Jarkko Nieminen, enquanto Nadal encara o jovem francês Quentin Halys. Os tenistas que se deram melhor no sorteio foram Federer e Murray, que abrem a competição contra tenistas vindos do qualifying.
BRASILEIROS – Se por um lado Thomaz Bellucci deve ter vida fácil na estreia contra o australiano Marinko Matosevic, ele possivelmente irá medir forças contra o japonês Kei Nishikori, quinto do mundo, logo na segunda rodada. João Souza, o Feijão, vive situação semelhante. Enfrentará o espanhol Daniel Gimeno-Traver e, caso avance, pode encontrar David Ferrer na rodada seguintes. Nas duplas, o Brasil deposita a esperança do título inédito em Bruno Soares (ao lado do austríaco Alexander Peya) e Marcelo Melo (parceiro do croata Ivan Dodig).
No feminino, não há supremacia no histórico recente de Roland Garros. A russa Maria Sharapova defende o título conquistado em 2014 e pega a estoniana Kaia Kanepi na estreia. Serena Williams, número 1 do mundo, abre a disputa contra adversária do quali. O Brasil será representado por Teliana Pereira, que passou pelo qualifying.