A volta da Sul-Minas em 2016 ganhou bastante força ontem. Dirigentes de Atlético, Coritiba, Cruzeiro, Atlético-MG, Flamengo e Fluminense se reuniram em Curitiba e iniciaram ontem as conversas para um novo torneio interestadual. A ideia foi o primeiro passo para o rompimento dos grandes clubes com os deficitários estaduais. Um novo encontro, marcado para o dia 24, em Santa Catarina, pode representar a consolidação do projeto.
A proposta idealizada e apresentada pelo Coritiba tem a simpatia e o apoio informal da própria CBF, bem como representantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que em 2013, quando a ideia do retorno do torneio surgiu, mas sem muita força, se mostraram contrários à realização da competição. A discussão poderá abranger num segundo momento as federações locais, afinal o torneio poderá impactar também nos campeonatos locais.
O grande atrativo é a possibilidade de aumento na arrecadação. O ganho, em alguns casos, poderia ser de 500% para alguns clubes.
O projeto é basicamente comercial. A ideia é transformar os jogos, especialmente os decisivos, em grandes espetáculos, agregando a eles outras atrações. “Teríamos uma final de Champions League, com match day, shows e outros atrativos para trazer não só o torcedor apaixonado, mas os outros que deixaram de ir aos jogos”, contou André Macias, vice-presidente do Coxa.
Aprovado pela maioria
Para Delfim Pádua Peixoto Filho, presidente da Federação Catarinense e vice da CBF, o sucesso da Copa Nordeste e a evolução da Copa Verde são exemplos de viabilidade do novo torneio. “O presidente concordou que se faça. Vamos fazer a Sul-Minas a partir de 2016 e para sempre. Será o grande evento do futebol brasileiro”, garantiu.
A participação do Furacão será determinante para o sucesso do torneio. Como integrante da nova comissão de clubes formada pela CBF, ele pode sugerir mudanças e ideias, sem que a entidade tenha poder de vetá-las. “Isso nos abre uma perspectiva muito grande para os clubes diante de um cenário de um mercado tão desvalorizado quanto o nosso”, comentou Mauro Holzmann, um dos representantes do Rubro-Negro.
Para Lucas Couto, assessor da presidência do Atlético-MG, a ideia é vista com muita simpatia. “Um modelo moderno, com jogos, festas, com times vips num primeiro semestre que é oneroso”, destacou.
Rio junto?
Flamengo e Fluminense vieram a Curitiba como meros espectadores, mas saíram como participantes em potencial. “Estamos ainda no segundo minuto do primeiro tempo. Agora temos de trabalhar muito para se torne viável”, disse Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo. A participação dos cariocas é uma represália à Federação local.
Grêmio e Internacional não enviaram representantes, mas segundo Macias são favoráveis ao torneio.