Que noite de agonia. Foi um sofrimento danado, mas o Brasil venceu o Paraguai nos pênaltis por 4×3, após o empate em 0x0 no tempo normal, e garantiu a classificação para a semifinal da Copa América. O jogo desta quinta-feira (27) na Arena do Grêmio foi de domínio da seleção, mas de ineficiência ofensiva. Alisson foi o herói da noite, e Gabriel Jesus marcou o gol da vaga.
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É meio óbvio que hoje todo mundo vê todo mundo. E após a partida eficiente da seleção contra o Peru, os paraguaios viram o que seria preciso para parar o ataque dos donos da casa – fechar as laterais e impedir ao máximo que Arthur se projetasse à frente. O volante do Barcelona é o centro tático do Brasil, participando de todas as jogadas, buscando os espaços que quase não haviam. Com cinco defensores e a saída em velocidade do santista Derlis González, os visitantes fechavam a casinha e saíam nos contra-ataques.
Com isso, toda a posse de bola valia pouco. Arremate a gol, apenas um nos primeiros minutos, de Roberto Firmino, mas nada que assustasse Gatito Fernández. E é aquela coisa – a cada ataque paraguaio, corríamos risco. Até Alisson salvar numa tentativa à queima-roupa de Derlis. Não estava fácil. Enfrentávamos uma retranca bem arrumada.
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Há dois problemas principais em jogar assim. O primeiro é ter a bola quase sempre em seu campo. Tanto que mesmo sofrendo, o Brasil chegou dentro da área adversária com Phillippe Coutinho, que chutou em cima de Gatito. O segundo é ser obrigado a fazer faltas. E, assim, o Paraguai teve três defensores amarelados no primeiro tempo. Mas segurou o 0x0 até o intervalo.
A seleção saiu vaiada. Havia motivo, a seleção errava passes e chutava pouco. Gabriel Jesus não estava inteiro no jogo, Firmino e Everton não saíam da marcação, Coutinho precisava participar mais. Em resumo, mesmo com a marcação eficiente dos paraguaios, o Brasil estava jogando menos. E, de tudo isso, o que irritava mesmo era que ninguém arriscava um chute. Chegava um com chance de arremate e o que ele fazia? Tocava para o lado. Haja paciência.
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Isso já era segundo tempo. E aí Roberto Firmino arranjou uma arrancada pelo meio e foi derrubado. Depois de uma eternidade, o árbitro Roberto Tobar, que tinha marcado o pênalti, acionou o VAR. A penalidade virou falta fora da área, mas o ex-corintiano Balbuena foi expulso. Se o jogo já era quase sempre no campo gringo, depois do cartão vermelho virou ataque contra defesa.
E o que era pra ser um jogo sossegado virou uma angústia. Gatito Fernández fez a primeira defesa pra valer do jogo num chute de Arthur. E Tite desmontou o sistema de jogo tirando Allan e colocando Willian. Gabriel Jesus perdeu o gol quase na pequena área. Firmino cabeceou para fora. Gatito defendeu o arremate de Everton. Pelo menos estávamos chutando.
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Com Lucas Paquetá no lugar de Daniel Alves, o Brasil era todo ataque, mais no abafa do que na organização. E quando chegava, o goleiro do Botafogo defendia. E quando passava de Gatito, o chute de Willian parava na trave. E nem com sete minutos de acréscimos o gol saiu. A última chance foi de Everton. Pra fora. Vamos pros pênaltis.
Gustavo Gómez, o cobrador oficial do Palmeiras, parou em Alisson. Willian foi o primeiro brasileiro, e fez o gol. Almirón marcou, deslocando o goleiro da seleção. Marquinhos veio a seguir, chutou forte, 2×1. Valdez mandou uma tijolada, a bola entrou. Phillippe Coutinho, a bola foi no cantinho, pra ficar com o coração na mão, 3×2. Veio Rojas, ótima cobrança, segue a agonia. Roberto Firmino bateu pra fora. 3×3. Derlis González, cobrador oficial deles, fora. Gabriel Jesus com estilo, gol. Vitória por 4×3. Classificamos.
Ficha técnica
COPA AMÉRICA
Quartas de final
BRASIL 0x0 PARAGUAI
Brasil
Alisson; Daniel Alves (Lucas Paquetá), Thiago Silva, Marquinhos e Filipe Luís (Alex Sandro); Allan (Willian), Arthur e Phillippe Coutinho; Everton, Gabriel Jesus e Roberto Firmino.
Técnico: Tite
Paraguai
Gatito Fernández; Balbuena, Gustavo Gómez e Alonso; Piris, Sánchez (Escobar), Ortiz, Almirón, Hernán Pérez (Rojas) e Arzamendia (Valdez); Derlis González.
Técnico: Eduardo Berizzo
Local: Arena do Grêmio (Porto Alegre-RS)
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
Assistentes: Christian Schiemann (Chile) e Claudio Rios (Chile)
VAR: Julio Bascuñan (CHI)
Cartões amarelos: Filipe Luís, Roberto Firmino, Arthur (BRA); Arzamendia, Piris, Alonso (PAR)
Cartões vermelhos: Balbuena
Renda: R$ 10.352.430,00
Público pagante: 45.495
Público total: 48.211