O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, disse considerar o triunfo do clube sobre a WTorre como “uma das grandes vitórias nessa história centenária”. Nesta terça-feira, a câmara de arbitragem da Fundação Getúlio Vargas deu razão ao time alviverde na disputa contra a construtora por divergências no contrato do Allianz Parque, em especial sobre a venda dos assentos da arena. Com a definição, a empresa terá direito de comercializar apenas 10 mil lugares, e não todas as cadeiras como pretendia.
“O Palmeiras entendia que, por tudo que foi combinado, o clube teria direito a 30 mil lugares e a parceira a 10 mil lugares. Havia mais de 20 pontos de divergência, mas esse era o principal. O tribunal apenas confirmou aquilo que foi exaustivamente combinado e discutido. Pode parecer simples, mas posso dizer aos senhores que, caso a interpretação certa fosse a da parceira, seria um desastre na vida da Sociedade Esportiva Palmeiras e as próximas três décadas estariam comprometidas financeiramente”, disse o presidente Paulo Nobre, durante entrevista coletiva realizada nesta terça-feira, na Academia de Futebol.
Caso a WTorre fosse a vencedora na discussão, o programa de sócio-torcedor Avanti poderia sofrer muitos problemas, pois o clube deixaria de ter o controle da venda de ingressos para seus jogos. Atualmente, a construtora já vende os 10 mil lugares que são seus e os outros 30 mil não estavam sendo vendidos. Vale lembrar que mesmo sem vender as cadeiras, a comercialização de ingressos ocorria normalmente. A diferença é que os assentos vendidos não “tinham dono”.
“Começamos as discussões em 2013 e estamos finalizando agora. A sentença nos dá uma vitória muito importante. É uma sentença detalhada, complexa e muito bem elaborada. A maior vitória foi a questão das 10 mil cadeiras, mas existem outras grandes vitórias, como por exemplo a questão do padrão Fifa do estádio, benfeitorias no clube e tiquetagem. A sentença é definitiva”, explicou o diretor jurídico do clube, Guilherme Pereira.
A WTorre terá que fazer alguns ajustes na arena para que ela seja, de fato, aprovada como padrão Fifa, como consta em contrato. Em relação à tiquetagem, a construtora queria administrar a venda de ingressos, mas isso continuará nas mãos do Palmeiras.
A disputa entre as partes continua sob o ponto de vista financeiro, já que ambas acusam o outro lado de não pagar o que foi acordado em contrato. Dentre outros pontos, a construtora reclama sobre os benefícios concedidos aos sócios do Avanti e o clube reclama que não tem recebido parte do aluguel da arena para eventos.
A WTorre se manifestou apenas através de um comunicado. “Apesar da decisão da câmara FGV de Conciliação e Arbitragem desfavorável à sua demanda, a WTorre reforça seu compromisso com este modelo de negócio vencedor e que tem sido referencia para clubes em todo o País. A companhia não interromperá nenhum projeto em relação à arena, e segue trabalhando firmemente para que ela continue entre as mais modernas e ativas do mundo.”