Sob olhares desconfiados de muitos críticos esportivos e até de torcedores, o Botafogo retoma o desafio pelo título da Copa Libertadores nesta quinta-feira diante do Nacional, do Uruguai. A partida de ida pelas oitavas de final entre as equipes será disputada às 21h45 (de Brasília), no estádio Parque Central, em Montevidéu.
O time brasileiro terminou a fase de grupos da competição continental na liderança do Grupo 1, com 10 pontos. Mas alguns tropeços recentes colocaram dúvidas sobre a capacidade do elenco nesta temporada. A equipe carioca ocupa somente a 10.ª posição do Campeonato Brasileiro – vem de duas derrotas – e perdeu a primeira partida das quartas de final da Copa do Brasil para o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte.
A diretoria botafoguense, bastante questionada por parte da torcida, que cobra reforços, tem trabalhado para melhorar a qualidade do elenco, que perdeu há poucos dias um de seus maiores nomes: o meia-atacante Montillo – o argentino anunciou a aposentadoria dos gramados, aos 33 anos, após uma série de lesões.
O volante Rodrigo Lindoso reforçou em entrevista coletiva o espírito de família que envolve o grupo botafoguense, defendeu a qualidade dos jogadores e elogiou os torcedores, que irão em bom número a Montevidéu para prestigiar a equipe. “Será um jogo que qualquer jogador quer jogar, ser parte do momento importante que o clube vive. Uma batalha, com um estádio lotado para o Nacional. Só que também teremos apoio lá e, além disso, levaremos muito mais torcedores no nosso coração e pensamento. Somos uma família”, frisou.
O meia Matheus Fernandes (com lesão na coxa direita) foi liberado pelo departamento médico do clube carioca, mas ainda é dúvida para o duelo contra os uruguaios. O jogador – que participou do treinamento junto com o elenco no Parque Central, palco da partida, nesta quarta-feira – é opção, mas pode começar o confronto no banco de reservas.
A alternativa para o técnico Jair Ventura será Camilo. O treinador analisou as diferenças de estilo de jogo entre ambos. “(Com Matheus) Diferença que ganha jogador com a passada mais larga, maiores em termos de roubada de bola, Camilo que chega mais, camisa 10. Características um pouco diferente”.
Jair Ventura também destacou as mudanças na forma de atuar do Nacional-URU pela ausência do atacante Rodrigo Aguirre, que nem mesmo esteve concentrado e será o grande desfalque para o colega uruguaio Martín Lasarte. O comandante botafoguense se mostrou preocupado com a movimentação dos adversários.
“Pelo espetáculo é ruim, Aguirre vive bom momento, pode jogar mais recuado, chegando também. Baixa significativa, mas a gente sabe que quem entra vai funcionar. (Esquema de jogo) 4-2-3-1 bem treinado. Mesmo sob pressão, conseguem sair para jogo de apoio. Eles sempre terminam com finalização e cruzamento. Me preocupa bastante”, complementou Jair Ventura.