Em um clássico de péssimo nível técnico e muitos erros de arbitragem, Flamengo e Botafogo empataram por 2 a 2, neste domingo, no Maracanã, pela 12.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Resultado insatisfatório para ambos, que não avançam na tabela. Os rubro-negros estão na 10.ª colocação, com 16 pontos. Os botafoguenses somam 11 e abrem a zona de rebaixamento na 17.ª posição, com um jogo a menos.

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Vendo a primeira vitória contra os rivais em Brasileiros desde 2000, os alvinegros deixaram o gramado bufando contra o árbitro Péricles Bassols, que não teria marcado uma falta de Emerson em Lúcio Flávio no gol de empate, aos 43 minutos da segunda etapa.

“A gente não reclama de arbitragem, mas o que fizeram hoje (domingo) foi um absurdo. Foi falta clara em Lúcio Flávio”, esbravejou o técnico Ney Franco, ignorando que o primeiro gol de seu time foi marcado em impedimento. “Os dois gols deles surgiram de faltas que não existiram. Estão reclamando de quê?”, rebateu o flamenguista Cuca, com sua dose de razão.

Os primeiros minutos foram de estudos, com as duas equipes se respeitando em demasia e atacando com cautela. Aos poucos, os erros de passe na intermediária flamenguista permitiram que o Botafogo dominasse a partida, atacando principalmente pelo lado direito, onde a defesa do Flamengo se mostrava completamente equivocada no posicionamento.

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Aos 22 minutos, Victor Simões foi lançado em posição legal e emendou belo chute de primeira. A bola explodiu no ângulo das traves. Aos 28, o atacante botafoguense dividiu com Aírton e ajeitou de cabeça para André Lima. O árbitro marcou falta duvidosa e Lima chutou forte para o gol, com Bruno já tendo abandonado o lance.

O goleiro rubro-negro teria um primeiro tempo de muito trabalho. Aos 32, Juninho cobrou falta da intermediária com violência e Bruno espalmou a escanteio. Dois minutos depois, dois erros da arbitragem resultaram no gol alvinegro. André Lima fez falta em Fabrício e o árbitro inverteu o lance. Juninho cobrou mais uma vez com violência, Bruno conseguiu espalmar e Alessandro, em posição de impedimento, completou para as redes.

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O time rubro-negro daria o troco praticamente na mesma moeda. Kléberson, em cobrança de falta, cruzou para Adriano, que acertou uma difícil cabeçada no cantinho de Castillo, aos 40. O atacante quase desempatou em lindo lance cinco minutos depois. Em contra-ataque rápido, Aírton cruzou, Adriano dominou, deu um lençol em Alessandro e chutou forte. A bola tirou tinta do travessão.

O segundo tempo reservou algumas emoções para os torcedores, mas no quesito futebol foi um espetáculo sofrível. Com Lúcio Flávio, pelo time alvinegro, e Kléberson, pelo Flamengo, apagados, faltava quem ditasse o ritmo de jogo e construísse as jogadas ofensivas de sua equipe. Era um festival de bolas rifadas e chutões para todas as direções. As melhores oportunidades surgiam em lances de bola parada.

Lúcio Flávio obrigou Bruno a realizar boa defesa, aos 25, depois de mais uma vez o árbitro marcar falta inexistente de Fabrício e adverti-lo com o cartão amarelo. Na cobrança do tiro de canto, Renato aproveitou falha de Welinton e recolocou o Botafogo na frente.

Na base do desespero e da vontade, mas mostrando toda a sua inconstância e a falta de um bom banco de reservas, o Flamengo lançou-se à frente, dando espaços ao rival. Quando parecia que os alvinegros iriam conquistar a primeira vitória sobre os rubro-negros em nove anos, no Campeonato Brasileiro, Emerson dividiu com Alessandro e Lúcio Flávio e emendou um lindo chute no canto esquerdo de Castillo, deixando tudo igual.

Os botafoguenses reclamaram com veemência da falta no meia e Alessandro acabou expulso. Não houve tempo, porém, para o Flamengo aproveitar a vantagem numérica.

Ficha técnica

Flamengo 2 x 2 Botafogo

Flamengo – Bruno; Welinton (Camacho), Fabrício e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Aírton (Maxi), Kléberson, Zé Roberto (Fierro) e Everton; Emerson e Adriano. Técnico: Cuca.

Botafogo – Castillo; Emerson (Renato)(Reinaldo), Juninho e Eduardo; Alessandro, Leandro Guerreiro, Thiaguinho (Wellington), Lúcio Flávio e Batista; Victor Simões e André Lima. Técnico: Ney Franco.

Gols – Alessandro, aos 34, e Adriano, aos 40 minutos do primeiro tempo; Renato, aos 26, e Emerson, aos 43 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos – Kléberson, Everton, Welinton e Fabrício (Flamengo); Castillo, Thiaguinho, Victor Simões e Eduardo (Botafogo).

Cartão vermelho – Alessandro (Botafogo).

Árbitro – Péricles Bassols Cortez (RJ).

Renda – R$ 499.403,00.

Público – 29.508 pagantes.

Local – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).