A volta olímpica poderia ter sido melhor. No jogo em que recebeu o troféu e as faixas de campeão da Série B, o Vasco foi derrotado pela Portuguesa por 1 a 0, neste sábado, no Maracanã. Mesmo com a vitória, os paulistas precisarão jogar por pelo menos mais um ano a segunda divisão. A vitória do Atlético-GO sobre o Juventude, por 3 a 1, acabou com as chances de retorno da Lusa à Série A.
Os goianos chegaram aos 65 pontos, na quarta colocação, e não podem mais ser alcançados pelos paulistas, que somam 61. O Figueirense, que poderia evitar o acesso antecipado do Atlético, acabou perdendo em casa para o Duque de Caxias, por 2 a 1, e ficou com 60. Já a torcida vascaína não se importou com nada disso e cantou “é campeão”.
Mas uma confusão no início da festa desanimou os jogadores e torcedores. O delegado do jogo não queria permitir que os atletas que não haviam sido relacionados para o jogo entrassem em campo para celebrar o título.
“É lamentável. Os jogadores que participaram da campanha querem comemorar com a torcida. Só isso”, reclamou o presidente vascaíno, Roberto Dinamite. “Se eu for falar, vou dizer porcaria”, bufou o técnico Dorival Júnior, recusando-se a comentar o episódio.
Virgílio Elísio, diretor de competições da CBF, interveio para solucionar o impasse. “Eu estou assumindo a responsabilidade, pode liberar. Está resolvido. Eles vão entrar”, disse o dirigente.
Pelo lado da Portuguesa, o clima era de resignação. “Os resultados não ajudaram. Paciência. Vencemos como era nossa obrigação. Agora é trabalhar para o próximo ano”, disse o zagueiro Preto Costa.
Já os vascaínos ignoraram o revés em casa. “A derrota não impede nenhum sentimento de felicidade nosso pela taça, pelas medalhas. A campanha foi muito bonita”, comentou o meia Carlos Alberto, antes de erguer a taça como capitão do time.
Durante a partida, o Vasco, sem pressa, ditava um ritmo lento sob o sol forte da tarde carioca. Diante do desinteresse cruzmaltino, a Portuguesa passou a chegar com mais frequência. Fabrício chutou forte, cruzado, aos 25, para defesa de Tiago. Aos 37, Marco Antônio arriscou da intermediária e forçou Tiago a colocar a escanteio. Em toda a primeira etapa, o Vasco não deu um mísero chute a gol.
O panorama foi o mesmo no segundo tempo. Provavelmente desmotivada pelos resultados que terminavam com as possibilidades de acesso, a Lusa era um time apático.
Mesmo sem pressionar, a Portuguesa abriu o placar. Fellype Gabriel recebeu na esquerda, driblou Alan e Amaral e marcou, aos 26 minutos. Logo em seguida, o atacante deixou o gramado para a entrada de Piraju.
O Vasco ainda tentou buscar o empate, mas simplesmente não finalizava a gol e a derrota foi merecida.
Ficha Técnica:
Vasco 0 x 1 Portuguesa
Vasco – Tiago; Fágner, Dedé, Gian e Ramon; Amaral, Nilton, Fumagalli (Allan) e Carlos Alberto; Adriano (Phillippe Coutinho) e Elton (Aloísio). Técnico: Dorival Júnior.
Portuguesa – Muriel; Rafael Silva (Henrique), Thiago Gomes, Preto Costa e Fabrício; Ygor, Preto, Marco Antônio e Héverton (Jeferson); Fellype Gabriel (Piraju) e Zé Carlos. Técnico: Vagner Benazzi.
Gol – Fellype Gabriel, aos 26 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos – Dedé (Vasco); Zé Carlos e Rafael Silva (Portuguesa).
Árbitro – Arílson Bispo da Anunciação (BA).
Renda – R$ 261.459,00.
Público – 26.029 pagantes (27.319 no total).
Local – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).