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No Flamengo, Jesus mostra que é possível jogar bonito e ser campeão

Os quase 65 mil rubro-negros que foram ao Maracanã no dia 14 de julho não sabiam, mas estavam presenciando um evento histórico: o início da arrancada que culminou na conquista do título brasileiro. Naquela ensolarada manhã de domingo, o Flamengo passou por cima do Goiás com um futebol de alta intensidade e muito ofensivo, buscando o gol o tempo todo, mesmo quando a vitória já estava garantida. Era a estreia de Jorge Jesus como treinador rubro-negro no maior estádio do Brasil.

Como a goleada por 6 a 1 sobre a equipe goiana deixou bem claro, o impacto de Jesus no Flamengo foi imediato. É verdade que a eliminação da Copa do Brasil, diante do Athletico-PR, deixou o ambiente um pouco tenso, mas logo os torcedores perceberam que aquele jogo empolgante exibido contra o Goiás não era uma miragem, mas uma realidade. Obra e graça do português de 65 anos, que foi capaz de fazer algo que muita gente no País dizia ser impossível: aliar o bom futebol a excelentes resultados.

Com Jesus no comando, o Flamengo perdeu apenas uma partida no Brasileirão (3 a 0 para o Bahia, em Salvador, no primeiro turno). Como em um passe de mágica, o time rubro-negro se transformou em uma máquina de fazer gols e ganhar jogos de futebol, especialmente no Maracanã. Os torcedores se apaixonaram pelo “mister” e passaram a gritar seu nome com o mesmo entusiasmo dedicado aos grandes astros da equipe, ou até mais.

O caminho para conquistar o coração da maior torcida do Brasil foi percorrido muito rapidamente, mas isso não quer dizer que tenha sido uma jornada sem sobressaltos. O estilo enérgico do português, que é famoso por cobrar seus jogadores sem piedade nos treinos, causou a ele alguns problemas, dentro e fora das trincheiras rubro-negras. Jesus causou controvérsia ao dar broncas agressivas em alguns de seus atletas logo depois de jogos, diante das câmeras de tevê e da multidão, e ao bater boca com treinadores rivais.

No começo do mês de outubro, o português pisou no gramado da Arena Condá assim que acabou o jogo contra a Chapecoense, vencido pelo Flamengo por 1 a 0, para falar com Reinier. Enganou-se, porém, quem achou que o treinador estava ali para comemorar o triunfo. O português chamou a atenção do jovem meia de uma maneira veemente porque não gostou de seu comportamento durante a partida.

“Ele fez algumas coisas que eu pedi para não fazer. Ele gosta de dar uma nota artística quando o jogo não pede nota artística”, justificou o treinador.

A bronca dada no gramado, e não na intimidade do vestiário, como é praxe, gerou muitas críticas ao português, mas ele não se abalou. Como também não se abalou quando entrou em um embate público com Renato Gaúcho, seu adversário na semifinal da Copa Libertadores. Depois de ouvir o rival dizer que ele só tinha três títulos na carreira e jamais havia trabalhado em um grande clube da Europa, o português deu sua resposta.

“Alguém disse que tenho três (títulos). Não são três, são 14. E se ganhar mais um será o 15°”, disse o ex-técnico do Benfica e do Sporting.

Para felicidade da torcida do Flamengo, o 15º foi o título da Libertadores, uma conquista suada obtida graças ao talento do melhor grupo de jogadores do País e também ao trabalho de Jorge Jesus, um português que veio ao Brasil para lembrar os pentacampeões mundiais que ser campeão jogando um futebol bonito é possível, sim.

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