Com apenas 20 anos, mas com um futebol de gente grande, o volante Julio Rusch é o símbolo do Coritiba neste início de temporada. O camisa 8, sem dúvidas, foi o jogador que mais aproveitou a chance dada pela diretoria alviverde aos atletas que subiram das categorias de base. Ele foi peça fundamental na conquista do Coxa da Taça Dionísio Filho do Campeonato Paranaense. O bom momento reflete também na vida pessoal do volante, que mudou radicalmente com pouco mais de um mês da estreia do jogador pelo Verdão em 2018.
“É legal e muito gratificante. As pessoas na rua falando com você, comentando seu nome, gritando para você. É muito bacana e isso dá uma motivação a mais, dá uma energia boa para continuar ajudando o Coritiba na temporada”, falou o volante alviverde em entrevista à Tribuna do Paraná.
Julio Rusch iniciou o ano na reserva e, na estreia do Coritiba diante do Prudentópolis, o jogador sequer entrou no decorrer do jogo. Na segunda rodada, diante do Rio Branco, o camisa 8 iniciou no banco, mas saiu da reserva para mudar a partida e ajudar o Coxa a empatar em 1×1 com o Leão da Estradinha dando, inclusive, a assistência para o gol anotado pelo atacante Kléber.
A partir dali, Julio Rusch fez o experiente e recém-contratado Simião esquentar o banco de reservas e assumiu a titularidade absoluta do meio de campo do Coritiba. Além dos dois gols marcados (contra Londrina, pelo Estadual, e diante do Uberlândia, pela Copa do Brasil), o camisa 8 alviverde deu mais cinco assistências. Ou seja, diretamente, o jovem jogador alviverde participou diretamente de sete dos 15 gols anotados pelo clube até agora na temporada.
Sonho
Não à toa, o volante Julio Rusch foi um dos grandes jogadores da Taça Dionísio Filho do Campeonato Paranaense. “Foi bom. Sou grato ao Coritiba por ter aberto as portas do clube para mim em 2012. Hoje estou muito feliz pelo Coxa ter me lançado para o futebol brasileiro e o sonho está crescendo a cada dia aqui no clube”, vibrou Julio Rusch.
O jogador, natural de Candelária, no Rio Grande do Sul, é mais um “piá do Couto” que o Coritiba está revelando para o futebol brasileiro. Julio Rusch chegou com 14 anos ao clube, morou debaixo das arquibancadas do Couto Pereira e afirmou que está realizando um sonho em jogar no time profissional alviverde.
“É bacana. Eu assisti da arquibancada à final da Copa do Brasil de 2011. Meus olhos brilharam e eu falei que queria ser profissional do futebol aqui, que queria conquistar grandes coisas aqui. Graças a Deus as coisas estão acontecendo naturalmente”, lembrou o camisa 8 coxa-branca.
Ídolos
Das cinco assistências diretas do volante Julio Rusch na temporada, três foram de bolas paradas. Essa especialidade nas cobranças de faltas e escanteios tem uma inspiração e tem nome: o ex-jogador Alex, que é um dos maiores ídolos da história do Coxa. O camisa 8 revelou que o “menino de ouro” e o volante Willian Farias, atualmente no Vitória, são suas grandes inspirações no futebol.
“Eu me inspirava muito no Alex. Tanto na bola parada, que ele era especialista, como dentro e fora de campo, onde ele foi referência. Não só ele, mas o William Farias, também, que está no Vitória, entre outros. Dá para citar vários, mas no Coritiba, o que mais me inspirava era o Alex, sem dúvidas”, contou Julio Rusch.
Mas se engana quem pensa que a boa fase vivida por Julio Rusch e os meninos do Couto Pereira neste início de ano foi uma constante. O começo foi complicado, sob muita desconfiança do torcedor coxa-branca. No entanto, o crescimento e a evolução do Coritiba dará mais confiança ao time, que começa a decidir, nesta quarta-feira (28), diante do Goiás, fora de casa, uma vaga para a quarta fase da Copa do Brasil.
“Aos poucos a gente vai ganhando confiança, aos poucos a gente vai evoluindo. Temos muito o que trabalhar e melhorar ainda. Aos poucos as coisas vão encaixando. Não fizemos um bom primeiro turno, mas fomos crescendo, fizemos bons jogos no decorrer da competição, principalmente fora de casa e conseguimos trazer a torcida para o nosso lado. Juntos, conquistamos o título do primeiro turno”, concluiu Julio Rusch.