Antônio Roque Citadini promete ir até as últimas consequências para conseguir concorrer à presidência do Corinthians. O ex-dirigente, que teve a candidatura impugnada, critica a comissão eleitoral do clube, vê viés político na decisão, ameaça ir à Justiça e afirma que a disputa pelo pleito é apenas com Andrés Sanchez, descartando os outros candidatos. O jurista ainda disse que torce para que a eleição seja definida realmente no dia 3 de fevereiro e não tenha uma disputa judicial.

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“Estamos trabalhando em duas frentes. Na questão interna do clube, fazendo um procedimento que é um recurso para o conselho do clube e ainda um trabalho na área do Judiciário”, disse Citadini, em entrevista concedida nesta quarta-feira. “Eu gostaria que isso fosse resolvido dentro do clube. Não é bom que as coisas acabem indo para a Justiça. Se não tiver caminho, vamos tratar lá. Espero que a comissão eleitoral acerte o passo”, completou.

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Ex-vice-presidente do clube, de 2001 a 2004, ele teve a candidatura impugnada pelo fato de ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, algo que o impediria de assumir algum cargo administrativo no clube. Entretanto, na eleição passada, ele já era conselheiro do TCE e não teve que responder ao tema.

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“Acredito que exista uma apreensão especial dos desembargadores, pois tenho muito mais condições de ganhar do que na outra eleição. Todas as pesquisas mostram que a disputa está entre o Andrés e eu. A expectativa de mudança é real”, afirmou. “Não me preocupo se os outros (candidatos) mereçam ser impugnados. A eleição é entre Andres e eu. Vamos ser realistas. Não vamos ficar escondendo o que está claro. Respeito os outros candidatos, o Paulo (Garcia) e os demais, mas temos que ser honestos”, opinou.

Sem citar nomes, Citadini reclama dos desembargadores da comissão eleitoral. O ex-dirigente lembra que alguns membros da comissão fizeram parte da chapa Renovação e Transparência, que conta com o candidato Andrés Sanchez como candidato.

“O grupo de desembargadores que está na comissão eleitoral é parte da chapa Renovação e Transparência. Acho que eles estão meio perdidos, por várias razões, entre eles, por causa da eleição. Esse grupo de desembargadores não são estranhos ao Renovação. Não quero dizer que foi o Andrés, estou dizendo que é um pessoal historicamente ligado a uma chapa”, explicou Citadini, que emendou: “provavelmente, tem o envolvimento de um ou outro, torcida de alguém, sei lá. Mas não tenho dados para dizer ou acusar alguém. A minha candidatura e a do Andrés querem que a eleição saia o quanto antes, pois são as duas chapas mais fortes”.

O dirigente afirma ainda que a Comissão Eleitoral está sendo responsável por toda a confusão na eleição do clube. “A nossa preocupação é que estamos em uma eleição que está sendo tumultuada pela comissão. Geralmente, tem briga de candidatos, mas não é o que está ocorrendo. A comissão tem dado vários atropelos. A questão dos sócios anistiados, eles foram avisados na hora que estava acontecendo e nada fizeram. Deixou acontecer e depois foram tomar a decisão. Ela (comissão) perdeu prazo para publicação da lista de candidatos e ainda passou a ser uma comissão que, ao invés de aplicar o estatuto, quis ser genérico sobre todos os assuntos”, protestou.

O fato é que, neste momento, o Corinthians conta com quatro candidatos à presidência e a disputa será dia 3 de fevereiro. Andrés Sanchez, Paulo Garcia, Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior são os candidatos. Entretanto, há a possibilidade de que disputas judiciais impeçam que o vencedor assuma o cargo. “Espero que a eleição acabe mesmo dia 3. Seria muito ruim se isso não ocorresse”, disse Citadini, que apesar dos protestos, está convicto de que conseguirá reverter a decisão da comissão e voltará a ser candidato.