Pensar há poucos dias que o São Paulo entraria para o segundo jogo contra a Universidad Católica – nesta quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), em Santiago, no Chile – pensando em seguir vivo na Copa Sul-Americana pareceria loucura. Mas a arrancada da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro deu oxigênio para que o time possa se concentrar na disputa continental e defender o título para valer.
Motivados com a reação no Brasileirão – são cinco jogos de invencibilidade (quatro vitórias) que fizeram o time tricolor saltar para a 10.ª posição, a sete pontos da degola – os jogadores mudaram o discurso e veem capacidade de fazer bom papel nas duas frentes. “Se o Muricy (Ramalho) quiser usar os titulares estamos à disposição, mas se for mudar alguém temos certeza de que temos opções de qualidade”, ponderou o zagueiro Edson Silva.
Depois de empatar por 1 a 1 no jogo de ida, o São Paulo precisa de uma vitória simples ou então empates a partir de 2 a 2 para se classificar às quartas de final. Nova igualdade em 1 a 1 leva o jogo para os pênaltis. Se passar, pegará Bahia ou Atlético Nacional, de Medellín (Colômbia).
A parte física é o que mais preocupa o treinador. No jogo contra o Bahia no último fim de semana, diversos jogadores foram ao chão exaustos logo após a dramática vitória por 1 a 0, em Salvador. Muricy Ramalho recebeu aval da diretoria para priorizar o que achar mais adequado e disse que mandará para campo quem estiver melhor fisicamente. “Não podemos ser românticos. Para duas competições, não dá”, defendeu. Mesmo com o respiro no Brasileirão, o técnico não quer saber de descanso até atingir distância mais confortável do pelotão dos últimos.
Ainda assim todos os jogadores foram relacionados e existe boa possibilidade da maioria dos titulares entrarem em ação, mas outros tendem a ser poupados para evitar o desgaste excessivo. Paulo Henrique Ganso, por exemplo, deve ganhar descanso e dar lugar a Jadson. Rodrigo Caio, que não enfrentou o Bahia no fim de semana, deve voltar à equipe.
MOTIVAÇÃO – Independente de quem estiver em campo, a postura certamente será diferente daquela apresentada no empate por 1 a 1 no primeiro jogo. “Nosso momento hoje é diferente daquele, de um mês atrás, quando estávamos muito pressionados pela campanha no Brasileiro. Temos confiança que podemos sair daqui classificados”, ponderou o goleiro Rogério Ceni, que tem na Sul-Americana a última chance de conquistar um título caso opte por se aposentar no fim do ano.