Felipão recebeu na manhã desta quarta-feira um telefonema de Neymar dizendo que vai se juntar à seleção brasileira novamente nesta quinta. O atacante deseja ficar com o grupo neste último suspiro na tentativa de acabar a Copa do Mundo em terceiro lugar, uma condição, segundo o próprio treinador, que não mudará o vexame histórico contra os alemães na semifinal.
“Uma nova derrota, uma nova decepção, vai piorar tudo. Sabemos disso. E o terceiro lugar não vai, da mesma forma, mudar nada, ou muda muito pouco o que aconteceu em Minas. Mas temos de trabalhar com objetivos e o nosso sonho agora, menor, é ficar em terceiro lugar”, disse Felipão, que aceitou prontamente o retorno de Neymar à Granja Comary, em Teresópolis. O atacante recupera-se de fratura na terceira vértebra da coluna, sofrida no jogo de sexta-feira com a Colômbia, que o tirou da disputa da Copa.
Felipão ainda vai conversar com seus jogadores sobre o que ele chamou de “pane dos seis minutos” durante a derrota por 7 a 1, na terça-feira, no Mineirão. Confessou que não tinha como falar nada com eles sem rever o jogo com a Alemanha, receber os números da partida e entender o que aconteceu em campo. “Ainda não sei o que aconteceu. Se soubesse, falaria para vocês. Tenho de conversar com eles também para saber como vamos jogar sábado, nosso último compromisso na Copa. Posso mandar o time que perdeu para a Alemanha desde o começo ou fazer modificações já pensando em situações futuras. Vamos estudar”, contou o treinador.
O Brasil pensa em uma forma de jogar caso seja contra a Argentina e em outra, um pouco diferente, se o adversário for a Holanda – argentinos e holandeses se enfrentam ainda nesta quarta-feira em São Paulo na outra semifinal. O jogo de sábado em Brasília também será fundamental para testar o comportamento do torcedor, que pela primeira vez deixou a seleção brasileira na mão após a derrota no Mineirão. Antes mesmo de acabar a surra, a torcida vaiou alguns jogadores, como Fred e Oscar, rasgou bandeiras em Belo Horizonte e virou as costas para o time, diferentemente do que vinha acontecendo. “Eles estão certos. Eu entendo. O que não podemos, no entanto, é denegrir um trabalho todo por causa dessa catástrofe, desses seis minutos de pane que tivemos”, disse Felipão.
O próprio Felipão será reavaliado pelo torcedor. Seu carisma foi colocado em xeque após a derrota para a Alemanha, embora Parreira tenha lido um e-mail que chegou à CBF nesta quarta-feira, mandado por uma torcedora de nome Lúcia, que parabenizava o trabalho do treinador e de sua comissão técnica. “Eu sei que uma derrota desse tamanho mancha. É uma vergonha. Eu sinto e sei que isso não vai sair de mim. Mas temos de continuar a nossa vida, e o nosso objetivo agora é ser o terceiro melhor time desta Copa”, avisou o comandante da seleção brasileira.