Neymar salvou o fraco jogo da classificação do Santos à segunda fase da Copa do Brasil com a vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo-PI, na noite da última quarta-feira, na Vila Belmiro. Ele mesmo não repetiu a atuação especial que teve na goleada por 4 a 0 em cima do União Barbarense, sábado, em Santa Bárbara d’Oeste, mas o seu gol, aos 40 minutos do segundo tempo, entra para a galeria dos mais bonitos marcados no estádio santista. Neymar recebeu passe de Montillo, fez fila em cima da zaga piauiense e finalizou com perfeição.

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“O gol saiu quando a torcida começava a vaiar, o que é normal. Fui para cima de dois ou três marcadores e tive a felicidade de finalizar certo”, disse Neymar, que mandou um recado para o torcedor: “Para quem está do lado de fora parece ser fácil ir para cima toda hora, mas a gente tem mais é que tocar a bola”.

Já no final do primeiro tempo, a caminho do vestiário, Neymar não escondia a irritação com a dificuldade que enfrentava diante da marcação dura que estava sofrendo. “Bateram bastante. Tomei de tudo (quanto é tipo de pancada) e nem sabia para onde ir”. Porém, o atacante reconheceu que o fraco futebol foi mais por culpa do Santos do que Flamengo-PI. “A dificuldade está na gente mesmo. Faltou acertar o último passe”, admitiu.

Mesmo com a vitória, o técnico Muricy Ramalho chamou a atenção de Renê Júnior quando o jogo terminou, por causa de um passe errado que por pouco não acabou em gol do Flamengo. O volante está fora do jogo contra a Penapolense, domingo, às 16 horas, na Vila Belmiro, pela última rodada da fase de classificação do Campeonato Paulista.

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MURICY SE EMOCIONA – Muricy, por sua vez, festejou a sua volta ao comando na beira do gramado, depois de ter ficado fora dos últimos dois jogos anteriores do Santos, tendo em vista o fato de que chegou a ser internado em um hospital por causa de uma diverticulite. A doença não permitiu que ele fosse até Teresina comandar o time no duelo de ida da Copa do Brasil, contra o Flamengo-PI, e depois no duelo de sábado contra o União Barbarense, pelo Campeonato Paulista.

“Quando tive o problema, fiquei preocupado. Nós, que somos do futebol, ficamos muito longe da família, dos filhos e da esposa. E quando cai no hospital, a gente pensa que nunca vive com a família. Praticamente moro aqui no CT. Fico pensando lá naquele monte de exame que faço. Futebol me deu muito, mas me tira demais. Tá passando a vida e as pessoas que a gente ama, não estamos com elas. É um momento que a gente sente muito. O que tive foi um pouco sério, pois fiquei um dia sem me alimentar e sem beber água”, lembrou.

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O comandante também admitiu ter ficado emocionado com o seu retorno, pois admitiu ter temido pela gravidade da doença que o deixou afastado temporariamente de sua função no Santos. “Voltar é uma emoção grande, pois fiquei muito preso, em casa e no hospital. Medo de voltar eu não tive, porque tenho muita fé. E tenho medo de ficar doente. Quando o médico fala o que tenho que fazer, cumpro à risca. Quero ficar bom, pois tenho muito tempo para viver. Quero ficar mais tempo com meu filho e com minha esposa. Sou batalhador, determinado e não desisto nunca. Ainda não estou 100% e não podia ficar de fora”, completou.