Enquanto a diretoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) segue sem falar com a imprensa, Neymar se deslocou do Guarujá, no litoral de São Paulo, até Teresópolis, região serrana do Rio, para conceder entrevista coletiva e tentar explicar a derrota humilhante da seleção brasileira frente a Alemanha, terça, por 7 a 1, na semifinal da Copa, jogo do qual ele não participou por estar machucado.
Assim, coube ao jogador o papel de defender o técnico Luiz Felipe Scolari das críticas. Questionado se defendia uma mudança no comando técnico da seleção, Neymar deu de jogador rodado e passou lição.
“Nós brasileiros, principalmente a imprensa brasileira, temos uma mania um pouco errada de que quando se perde tem que mudar. Mudar o jogador, o treinador. Futebol não é assim. Aprendi que não é assim. A gente aprende na derrota também. Quando se perde, tem que corrigir treinando, vendo onde é erro e aí você vai corrigir seu erro. Isso é mais importante que pensar em mudar alguma coisa”, argumentou Neymar.
No meio da fala, porém, Neymar fez questão de lembrar que não estava, ao mesmo tempo, dizendo que o futebol brasileiro não precisa passar por mudanças. “Não estou falando que não tem que mudar nada aqui, não estou falando isso”, destacou.
O jogador também saiu em defesa de Felipão quando questionado sobre declarações do seu empresário, Vagner Ribeiro, que, entre outras críticas, chamou o treinador de “velho babaca, arrogante, asqueroso, prepotente e ridículo”.
“Existem dois caras que respondem pelo que eu falo: eu e meu pai. E tudo que a gente falar a gente vai assumir e vai explicar para vocês (jornalistas). O que sai da boca dele é o Vagner que tem responder pelos atos. Não concordo e não aceito. Se eu ver ele hoje (quinta) vou xingar ele porque não aceito o que ele falou”, reclamou Neymar.
O craque da seleção, que usou a entrevista coletiva para minimizar as críticas sobre o grupo, não foi direto ao ponto quando perguntado sobre estruturais do futebol brasileiro. Mas deixou claro que o País forma mal seus jogadores.
“Eu fazia em casa algo que no treino não fazia ou aprendia de maneira errada. Aprendi com um cara que vocês não conhecem como jogador (o pai dele), que foi um dos caras mais importantes da minha vida. Aprendi mais com ele em casa do que com qualquer treinador. Via meus companheiros fazendo fundamento de forma errada. Sou só um atleta que tive uma pessoa que me ensinou muita coisa, sou um cara sortudo.”