Nas últimas apresentações do Atlético, o setor do meio-campo é o que mais tem recebido críticas pela mídia e torcida, por não dar opções de jogo e saída de bola para o time, o que tem resultado na famosa ligação direta defesa-ataque, que não surte efeito algum.
Diante do Paraná Clube, com a entrada de dois meias, a movimentação melhorou, principalmente com a boa atuação de Netinho. Mas Irênio foi praticamente ?rifado? pelo torcedor com vaias que ecoaram pela Arena.
Para a partida decisiva contra o Iraty, a formação rubro-negra deve ser a mesma de domingo passado pois, apesar da derrota, Ney Franco comentou que gostou do comportamento da equipe no gramado.
Assim, Irênio – que é um dos homens de confiança do treinador e nele foi depositada a esperança de coordenar o meio-campo – deverá ser mantido e tentará ajudar na reabilitação do Atlético e na dele também.
Talento
Ney Franco explicou à Tribuna sobre a insistência na escalação do atleta, apesar do rendimento abaixo da expectativa que vem apresentando. Para o treinador, Irênio é talentoso e, assim como outros tantos jogadores, tem alternado rendimento. Franco concorda que o jogador caiu de produção, no entanto, rifá-lo não é a saída, pois o meia tem todas as condições para mostrar seu potencial.
Como exemplo dessa indisposição com o torcedor, Franco lembrou do ala Jancarlos. ?Quando cheguei aqui, ele quase não podia sair na rua. Avalio que hoje Jancarlos é um dos melhores laterais do futebol brasileiro. Tem que ter um pouco de paciência?, pediu.
Melhora
Irênio tem afirmado que a marcação sobre ele tem sido forte, mas que tem tratado de se movimentar muito para dar opções aos companheiros. E isso é reconhecido pelo treinador, que explica o motivo da queda do rendimento do seu comandado. ?Irênio é um dos que mais procura o jogo. O que está acontecendo é que devido a marcação forte, ele está perdendo algumas bolas. Mas ele tem qualidade para proteger, acertar passes e não errar. Em termos de movimentação, é um dos que mais dá opção de jogo. Não falta movimentação, tá faltando a parte técnica. Ele tem talento e potencial?, explicou.
Franco puxou para si a responsabilidade de fazer o atleta voltar a jogar bem. ?Cabe a mim fazer esse jogador render mais. Com dois meias, tenho certeza de que o Irênio vai voltar a jogar bem de novo. Mas hoje, mais do que jogar bem, precisamos vencer?, finalizou o treinador.
Azulão vai com tudo pra cima do Atlético
Força máxima para a revanche contra o Atlético. É assim que o Azulão vai a campo para manter as chances de classificação à semifinal do Paranaense e, de quebra, afundar o Atlético no Grupo A. A cidade está toda mobilizada e a empolgação é grande para um jogo de tamanha importância, tratado pelo Furacão como final de Copa do Mundo.
Uma das dúvidas para o confronto de domingo está liberado para atuar. O volante Almeida foi julgado pelo TJD, na quarta-feira, e absolvido. Ele havia sido enquadrado no artigo 250 do CBJD – praticar ato desleal ou inconveniente -durante a partida envolvendo Iraty e Engenheiro Beltrão em 2 de março. Com esse ?reforço?, o técnico Lopes Júnior tem todos os jogadores à sua disposição.
Atlético, Cristian e Petraglia estão enrolados
Cahuê Miranda
Na próxima 3.ª feira, a partir das 19h. A data do 3.º tempo do clássico entre Atlético e Paraná, realizado no último domingo, na Baixada, foi confirmada ontem pelo Tribunal de Justiça Desportiva-PR. A vitória do Tricolor por 1 a 0 está garantida, mas a ?prorrogação? pode deixar os rivais desfalcados na reta final do Estadual.
O Atlético é o principal ameaçado pelo tapetão. O clube pode perder até três mandos de campo e ser multado em até R$ 500 mil devido a uma bala (doce) arremessada por um torcedor contra o meia paranista Cristian. O Furacão foi denunciado pela procuradora do TJD Manoela Garcia, com base em imagens captadas pelas câmeras de uma rede de televisão. A denúncia foi acatada ontem pelo presidente do TJD, José Roberto Dutra Hagebock.
Para que o time não seja obrigado a jogar com os portões da Arena fechados, nas partidas decisivas da 2.ª fase do estadual, o departamento jurídico do Furacão procura pelo autor do arremesso. As imagens mostrariam o rosto do torcedor e o momento em que atira um objeto no campo, mas ele ainda não foi identificado.
?Já representamos um inquérito e a polícia também procura por ele. Seria bom que ele se viesse espontaneamente. O Atlético dará a ele toda a assistência jurídica necessária?, pede o advogado e diretor rubro-negro, Marcos Malucelli.
Geralmente, os clubes que identificam e encaminham à delegacia torcedores que arremessam objetos no gramado têm escapado de punições. Foi o que aconteceu, por exemplo, no jogo entre Atlético e Paraná na 1.ª fase. Na ocasião, um copo foi arremessado pela torcida tricolor contra o atacante Marcelo Ramos, do Furacão. Como o autor teria sido detido, o Paraná se livrou da denúncia.
Teatro?
Mesmo sendo supostamente vítima de uma agressão, Cristian também pode ser punido pelo episódio. Acusado de ter simulado uma contusão mais grave quando foi atingido pelo doce, ele pode também foi denunciado e pode ser suspenso até por 10 jogos. Ameaçado de ficar sem meia na parte decisiva do Estadual, o Paraná já prepara a defesa. ?A própria procuradora diz que ele foi atingido, mas reagiu com excesso. Acredito que o excesso na verdade foi dela, por denunciar o jogador. Vamos apresentar ao TJD outros casos de simulação, para mostrar que não é o caso?, diz o advogado do Tricolor, Itamar Cortês.
Omissão?
Segundo Cristian, a bala foi entregue ao árbitro Maurício Batista dos Santos, que teria prometido aos jogadores do Tricolor que relataria o incidente na súmula. Mas no relatório da partida, o juiz não citou o incidente, o que fez com que ele também entrasse para o time dos denunciados.
Batista dos Santos e o 4.º árbitro da partida, Nilton Ramon, foram enquadrados por deixar de relatar ocorrências disciplinares durante o clássico. Além do caso da bala, o árbitro não registrou as ofensas que teriam sido proferidas contra ele por Mário Celso Petraglia, presidente do conselho deliberativo do Furacão.
?Ladrão!?
Áudio captado pelas emissoras de rádio que transmitiram o jogo teria registrado o momento em que Petraglia teria chamado o árbitro de ?ladrão?, logo após o encerramento do 1.º tempo. Devido à ofensa, o cartola pode pegar uma suspensão de 30 a 180 dias.
Chefão de cabeça quente
A possibilidade de Mário Celso Petraglia ser suspenso por até 180 dias, devido às supostas ofensas contra o árbitro Maurício Batista dos Santos, levantou uma dúvida sobre a sucessão no Atlético, que terá eleições até o dia 5 de maio. Se estiver suspenso, poderá o presidente rubro-negro participar do pleito?
Nenhuma das leis que regem o esporte (CBJD, Lei Pelé e Estatuto do Torcedor) trata explicitamente do assunto, o que dá margem a diversas interpretações. O estatuto do clube não aborda a situação nem impede que dirigentes suspensos pela Justiça Desportiva concorram a cargos eletivos.
No entendimento do departamento jurídico do Atlético, uma eventual punição não impediria Petraglia de se candidatar a um novo mandado à frente do Conselho Deliberativo, nem concorrer ao Conselho Gestor. Uma suspensão deixaria Petraglia impossibilitado de representar o Furacão junto às entidades desportivas (Federação Paranaense e CBF), mas não teria interferência na administração interna do clube.