O goleiro atleticano Neto não titubeia ao afirmar que 2010 foi o melhor ano da sua vida profissional. As boas atuações, que renderam convocações para a Seleção Brasileira e indicação a revelação do Campeonato Brasileiro, podem levar o camisa 1 a realizar mais um sonho: jogar na Europa.
A Fiorentina, da Itália, na semana passada procurou o Rubro-Negro para fazer uma proposta pelo jogador. O clube estaria disposto a oferecer 3,5 milhões de euros (R$ 8,750 milhões) ao Atlético.
O jogador desconhece qualquer interesse, mas mesmo assim não esconde o desejo de ir para fora do Brasil e conseguir a tão sonhada estabilidade financeira. Neto acredita que só alcançará seu objetivo pessoal se conseguir uma transferência.
“No futebol brasileiro atletas prata da casa têm mais dificuldade para ter esta estabilidade. Sempre tive vontade de jogar na Europa, em um grande centro”, afirmou.
Allan Costa Pinto |
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Goleiro atleticano abraça o ídolo Rogério Ceni, em jogo na Arena. |
Ídolo da torcida, o arqueiro tem outros sonhos para marcar sua carreira no Furacão. Desejo que pode virar realidade na próxima temporada se a transação para a Itália não se concretizar.
“Meu grande sonho é conquistar um titulo de grande expressão. Só os vencedores ficam na memória do torcedor”, destacou o camisa 1 do Rubro-Negro, que espera ter uma boa temporada para alcançar outro objetivo na carreira: chegar às Olimpíadas de 2012. “Qualquer competição, independentemente de qual seja, vou fazer o melhor para ser lembrado. Se não acontecer será por coisas que ocorreram no caminho”. Confira a entrevista exclusiva de Neto para a Tribuna.
Allan Costa Pinto |
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Atualmente, Neto é um dos que mais recebem o carinho da torcida atleticana. |
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Convocação para a Seleção, candidato a revelação do Brasileiro e camisa 1 do Atlético. Tudo isso faz deste o melhor ano da sua carreira?
Não tenho dúvida ao afirmar que é o melhor ano da minha carreira. Se não o mais, um dos mais importantes anos da minha vida. Não só por tudo que aconteceu comigo, mas por nossa equipe ir bem no Campeonato Brasileiro, depois de tantos anos ruins. E também pelas convocações para a Seleção. Na parte profissional foi uma temporada muito boa.
Você chegou muito menino no Atlético. Sua identificação com o clube foi rápida?
Desde o momento que cheguei, sempre gostei da cidade e tive uma identificação forte com o Atlético. Estou há muito tempo aqui, desde a base, e vivenciei muitas coisas.
Consegui tirar das pessoas com quem convivi o melhor delas e espero manter isso para crescer cada vez mais. Um jogador com quem aprendi muito foi o Guilherme, goleiro que hoje está na Rússia. Ele foi um grande exemplo e espero repetir isso.
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Neto, aos 14 anos, no juvenil do Atlético: clube praticamente o criou. |
A caminhada até este status de ídolo, postulante a vaga na Seleção, foi muito difícil?
Foi bastante complicado, como a de qualquer outro jogador. Não me vi diferente de ninguém, tive muitas dificuldades, mas foram superadas graças ao apoio ,da família que me acompanha sempre.
Tem algo que poderia ser diferente, que ficou aquele gostinho de quero mais este ano?
Não dá para pensar assim. Tem que enfrentar as coisas que não deram certo como aprendizado. Algumas coisas não saíram como gostaríamos, pois perdemos a vaga na Libertadores por muito pouco. Mas tem que tirar um aprendizado disso tudo.
Você falou na Libertadores. Foi muito difícil assimilar a perda da vaga por três pontos apenas?
Foi complicado, por que aí você fica pensando nos jogos que poderia ter feito pelo menos um gol e vencer. É difícil falar agora, não tem porque discutir mais. Perdemos alguns jogos por não fazer um gol, mas tivemos jogos que com um gol no final fizemos os três pontos. É dolorido sim, mas o importante foi nossa classificação e posição na tabela, que foram boas depois de muito tempo.
Este foi seu primeiro ano como titular e você enfrentou quatro treinadores. Teve medo de perder espaço com as mudanças?
Acredito que o atleta está cada vez mais pensando em seu trabalho, sem qualquer coisa fora isso. Se você faz seu trabalho bem feito, qualquer pessoa consegue observar isso e traz oportunidades novas.
Allan Costa Pinto |
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Goleiro trabalha duro pra atingir seus objetivos e já interessa à Fiorentina. |
Com um ano de realizações em 2010, o que esperar para 2011? Mais algum sonho para ser realizado?
Desejo que também seja um ano bom, com vitórias, que nós possamos conquistar títulos. Meu grande sonho é conquistar um título de grande expressão, para ser lembrado, ficar guardado na história. Só os vencedores ficam na memória do torcedor.
Na próxima temporada são quatro competições, calendário cheio. Isso vai exigir mais física e emocionalmente, já está preparado para a maratona?
Os jogadores estão acostumados a isso. No dia a dia tem que estar preparado. Quem está na Libertadores também terá quatro competições e sabemos como lidar com isso. Ser jogador de futebol é passar por essas dificuldades. Todo mundo tem que estar acostumado.
Foram duas convocações para a Seleção. O que mudou na sua vida com esta nova experiência?
Mudou muito, muita coisa. Passei a ser um jogador conhecido não só no Brasil, mas fora daqui. É uma responsabilidade muito maior no Atlético agora. Você tem que estar cada vez mais concentrado, por que a cobrança é maior.
Mas sei que esse reconhecimento só viria com muito trabalho. Agora tenho que ter a cabeça boa e ficar bem tranquilo para desempenhar meu trabalho de maneira ainda melhor.
Seu nome já ficou conhecido lá fora. Jogar na Europa está nos planos futuros? Já soube de alguma sondagem?
Eu quero ter estabilidade financeira e dar isso para minha família, deixá-la tranquila. No futebol brasileiro, atletas prata da casa têm mais dificuldade para ter esta estabilidade.
Sempre tive vontade de jogar na Europa, em um grande centro. E o que é para acontecer, acontece. Mas tudo ao seu tempo. Não fiquei sabendo de nada sobre sondagem e nem faço questão de saber. Só quero ficar sabendo na hora de ir embora. Na hora certa as coisas acontecem.
E as Olimpíadas de Londres, em 2012? É um sonho mais próximo?
Meu pensamento é poder ser lembrado para todas as convocações. Se fizer parte desse grupo vou ficar feliz. Primeiro vou pensar em 2011. Qualquer competição, independentemente de qual seja, vou fazer o melhor para ser lembrado. Se não acontecer, será por coisas que ocorreram no caminho.