Ricardinho tentou, mas tática defensiva deixou o ataque rubro-negro isolado no jogo. |
Após perder para o Coritiba, o técnico Osvaldo Alvarez promete para a torcida que o Atlético vai vencer o Santos. Uma missão nada fácil para quem está cada vez mais desfalcado nas próximas rodadas do campeonato brasileiro. Depois de perder Kléberson, Adriano, Ilan e Fernandinho para a seleção principal e a sub-20, o treinador agora terá que encontrar substitutos para o volante Leomar e o lateral-direito Alessandro para cumprir a promessa. Os dois estão suspensos e não enfrentam o Santos, no próximo domingo, às 18 horas, na Arena. A única boa notícia é a volta do atacante Dagoberto, após uma partida de gancho.
“Nós temos três jogos que temos que nos superar em todos os sentidos para vencermos. Perdemos hoje, vamos vencer o Santos”, dispara. Mesmo sem entrar em detalhes sobre quem entra no lugar dos suspensos e se o esquema adotado será o mesmo derrotado para o Coritiba, Vadão continua apostando no elenco rubro-negro. “O grupo é bom. Nós temos jogadores à altura e não vamos ficar nos martirizando, nós sabíamos que o Leomar e o Alessandro estavam pendurados e aconteceu” (a suspensão), analisa.
Como já é de praxe no clube, o elenco recomeça os trabalhos hoje às 15 horas e deve perder uns bons 30 minutos para pôr a conversa em dia após mais uma derrota em clássicos. “O trabalho continua normalmente. Fizemos um bom trabalho e não podemos nos queixar do empenho dos jogadores”, disse.
Sem muitas opções para remontar o time mais uma vez, Vadão deverá definir primeiro se mantém o 3-5-2 ou muda mais uma vez para o 4-4-2. “Vamos começar a pensar nisso apenas na segunda-feira.” A única certeza é a volta de Dagoberto ao ataque no lugar de Selmir ou Ricardinho. Para o lugar de Alessandro, a opção natural é David e para a vaga de Leomar, Juliano e Isaías deverão disputar a vaga.
Vadão diz que árbitro vai alijando sua equipe
A arbitragem do brasiliense Luciano Augusto Almeida (Fifa) acabou pagando o pato por mais uma derrota do Atlético fora de casa. Segundo o técnico Osvaldo Alvarez, o Coritiba até mereceu a vitória, mas o homem do apito contemporizou muito durante a partida e acabou irritando demais seus jogadores. Em sete partidas pelo campeonato brasileiro, o Rubro-Negro cada vez mais se caracteriza como time de pijama. Foram apenas dois empates e cinco derrotas longe de seus domínios.
“Os bandeiras foram bem, o árbitro foi muito bem na parte técnica e eu disse para ele no intervalo o retrato do que estava acontecendo: o Selmir foi agredido e ele não tomou conhecimento. No segundo tempo, teve uma falta no Juliano e poderia ter complicado e na expulsão do Alessandro havia sido falta no Luciano Santos num lance anterior”, esbravejou. Para Vadão, o volante Tcheco fez faltas semelhantes e não levou o segundo cartão amarelo.
Além disso, o comandante rubro-negro não perdoou o árbitro por ter desfalcado mais uma vez sua equipe. “O que me irritou foi isso. Na parte técnica o juiz teve uma arbitragem muito boa e na parte disciplinar ele pecou e acabou prejudicando mais uma vez o Atlético contra o Flamengo, onde ele atrapalhou uma vitória por 4 a 1 tirando dois jogadores nossos do jogo seguinte”, disse.
“Mistérios” não ajudaram
Mistério, treinos secretos e a surpresa armada pelo técnico Osvaldo Alvarez acabaram indo por água abaixo justamente nas jogadas mais temidas do adversário: a velocidade e a bola aérea. Sem quatro jogadores titulares, o treinador do Atlético resolveu radicalizar e colocar o time no 3-5-2, com Juliano na zaga, para segurar o Coritiba. Não deu certo. Os erros individuais, a falta de jogadas trabalhadas e o desentrosamento transformaram o Rubro-Negro em presa fácil para o arqui-rival.
“A gente tinha essa preocupação. Tanto é que a gente evitou até os 30 minutos do segundo tempo e depois que eu saí de campo aconteceu a falha e saiu o segundo gol, de cabeça”, tentou explicar o zagueiro Juliano. Segundo ele, o time treinou para atuar dessa forma e estava consciente do que tinha que fazer. “Nós jogamos assim várias vezes no campeonato brasileiro e o professor Vadão fez essa opção para marcar melhor as jogadas do Coritiba”, analisou.
Para ele, apesar da derrota, o time fez o melhor e perdeu devido às circunstâncias. “Eu acho que não deu nada errado. A equipe deu o máximo e o resultado não quer dizer o que foi a partida.” Já o treinador acredita que faltaram apenas alguns detalhes. “Nós tivemos com o Ivan a chance de empatar, e não fizemos. Numa bola parada, eles foram felizes e fizeram o segundo e mereceram”, disse o treinador.
Vadão não quis responder se os quatro desfalques (os meias Kléberson e Adriano e o atacante Ilan, convocados para a seleção e o atacante Dagoberto, suspenso) fizeram falta na partida. “Nós não temos que falar nisso. O que temos que falar é que o jogo foi equilibrado e os jogadores se superaram, não houve uma supremacia do Coritiba como muitos esperavam e mostrou que o Atlético tem um grupo forte”, apontou.